Acabou a procura por um dos criminosos mais atuantes de Santo André nos últimos meses. Policiais militares prenderam na tarde de ontem Felipe Vinícius Pereira, 23 anos, reconhecido no 3º DP (Vila Pires) por seis vítimas em apenas três horas detido como o autor de diversos assaltos a pequenos comércios em bairros próximos.

Pereira é conhecido como Mancha, mesmo nome de uma torcida organizada do Palmeiras, time do qual é torcedor. Ele usava camisa alviverde na maioria das ações, sempre agia junto a comparsa, usando moto preta. Ele costumava render o proprietário da loja com revólver calibre 38 ao anunciar o assalto.

O estilo sereno conflitava com a agressividade do comparsa, Alan Pacheco Sabino da Silva, 27, preso dias antes e reconhecido por pelo menos três testemunhas dos casos de Mancha. "Enquanto um era calmo, só mostrava a arma e fazia o assalto, o outro era violento. Me derrubou no chão, apontou a arma na minha cabeça. Você fica em estado de nervos muito grande, achando que pode morrer a cada momento", disse uma das vítimas, alvo duas vezes dos criminosos.

Como ele, muitos estabelecimentos foram alvo do criminoso mais de uma vez. Um pequeno mercado na Vila Humaitá, por exemplo, foi roubado quatro vezes seguidas. Lojas de materiais para construção, farmácias e padarias também foram vítimas desde o começo dos casos, em novembro, todos em bairros como Vila Pires, Centreville e Cidade São Jorge.

Após o reconhecimento por imagens de câmeras de segurança, investigadores da delegacia distribuíram a fotografia de Mancha pelo bairro. Foi graças às fotos que os policiais militares o reconheceram na rua de casa na tarde de ontem, na Vila Progresso, por volta das 16h. Usando a mesma camisa com a qual agia, ele foi abordado, não ofereceu resistência e confessou ser o suspeito que até então estava procurado.

Segundo o delegado Márcio Antônio Pereira Macedo, a tendência é que mais vítimas o reconheçam nos próximos dias, após a divulgação de sua prisão. O número de inquéritos abertos em seu nome pode superar os 20.

Pereira tem antecedente criminal por tráfico, enquanto Sabino já respondeu processo na Justiça por roubo qualificado. Em seu corpo, fez questão de tatuar todas as passagens anteriores pela prisão e mensagem de valorização à vida criminosa. Há a suspeita de que seja integrante de facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios.

Segundo Macedo, o próximo passo da equipe de investigação será identificar outros homens que possam ter colaborado com Mancha nos crimes, já que as imagens nunca o mostram agindo sozinho. Testemunhas já forneceram dados à polícia.