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Por que existe Festa Junina?

Comemoração nasceu na Europa, mas ganhou características diferentes no Brasil

Caroline Ropero
Do Diário do Grande ABC
22/06/2014 | 07:00
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Há milhares de anos, antes de o cristianismo surgir, diversos povos, como celtas, persas e egípcios, festejavam em junho o Solstício de Verão no Hemisfério Norte, quando o sol atingia o ponto mais alto no céu e proporcionava o dia mais longo e a noite mais curta. Nesse período, a população fazia rituais para pedir aos deuses chuvas e boas colheitas.

Ao longo do tempo, os europeus adaptaram esses festejos à cultura cristã, celebrando também os santos católicos reverenciados em junho: Santo Antônio (dia 13), São João (dia 24) e São Paulo (dia 29). Quando os portugueses chegaram ao Brasil, no século 16, trouxeram a tradição das festas, que ganharam grande importância no País. Hoje, são comemoradas em todos os Estados. Em cidades do Nordeste, por exemplo, o festejo dura o mês inteiro.

A quadrilha representa o baile do casamento. A dança surgiu em Paris, no século 18. Ao chegar ao Brasil, fez sucesso nos salões nobres. Depois, conquistou o povo mais simples, que usava sanfona, triângulo, zabumba, viola e violão para compor a melodia. As damas colocavam vestido comprido de cintura marcada e botas de salto. Os homens usavam paletó até o joelho, colete, calça estreita, gravata de laço e botinas.

Principalmente no Sudeste, é comum se vestir como caipira ou sertanejo para o festejo. Os meninos usam camisa xadrez, calça remendada, chapéu de palha e botas de cano alto. As meninas colocam vestido com estampas florais, cores fortes, babados e rendas.

Cuidado para não se queimar

A festa junina costuma ter fogos de artifício, bombinhas e fogueiras por causa de lendas cristãs. No entanto, tem de tomar muito cuidado para não se machucar.

Acredita-se que a mãe de São João acendeu uma fogueira quando o filho nasceu para que a fumaça levasse a notícia a amigos e parentes. Por isso, surgiu no festejo a tradição da fogueira. Na época em que os portugueses colonizaram o Brasil, era comum que os homens formassem duplas e pulassem as brasas de mãos dadas.

Uma lenda diz que os fogos e as bombinhas servem para acordar São João na noite do dia 24. Também era comum soltar balões para que levassem pedidos aos santos. Hoje, essa prática é proibida, pois pode provocar graves incêndios.

Saiba mais

No Nordeste, a festa tem forró, baião, entre outros ritmos regionais. Também traz características do homem do sertão.

A história do Bumba Meu Boi deu origem à Festa de Parintins, celebrada no interior do Amazonas em junho.

Quem perguntou?

Isabella de Martini, 9 anos, de Santo André, não é fã de festa junina, mas quer saber o motivo de a comemoração existir. “Não gosto de usar roupas de quadrilha.” Isabella, porém, curte as brincadeiras da quermesse. “Adoro jogos de argola e pescaria.”

Fonte: Festas Juninas, Festas de São João – Origens, Tradições e Histórias, de Lúcia Helena Vitalli Rangel. 




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