Quem pensa nos suíços como um povo sério, sisudo e de expressão fechada, tem de conhecer a seleção que representa o país nesta Copa do Mundo. Hospedados em um resort em Porto Seguro, na Bahia, quatro atletas da equipe europeia concederam coletiva ontem, em um quiosque do hotel à beira-mar.

Com bela paisagem de fundo, os atletas falaram para jornalistas de diversas nacionalidades (franceses, alemães, venezuelanos, ingleses, italianos, ucranianos e, claro, suíços). E depois das entrevistas, deram um show de carisma ao interagirem com os torcedores brasileiros – desde crianças a adultos –, que pediram fotos e apertos de mão.

Em meio a todo o alvoroço que causaram, o atacante Seferovic – autor do gol da vitória por 2 a 1 sobre o Equador, na estreia –, e os zagueiros Rodriguez e Lichtsteiner falaram com exclusividade ao Diário sobre a proximidade com o público e a oportunidade única de se hospedar, treinar e até mesmo conceder coletiva tão próximos ao mar.

“Estamos perto do sol, do mar. Vamos querer mais o quê?”, questionou Seferovic. “É muito bom este contato com as pessoas, com os torcedores. Este ambiente todo é perfeito, ainda mais no Brasil, que gosta muito de futebol. Esperamos que isso possa nos trazer muitas vitórias por aqui", emendou Rodriguez. “Isso tudo é importante para todos, para jogadores, torcedores, jornalistas...”, completou Lichtsteiner.

Para quem está hospedado no mesmo hotel dos suíços, a opinião é de que a experiência tem sido ótima em razão da simpatia e atenção da delegação europeia. Segundo a mineira Elmeyre Aquino, 42 anos, os atletas brincam com as crianças nas horas de folga. “Embora fiquem em uma vila mais afastada, temos contato. Alguns deles são sociáveis e muitos falam ou entendem o português. E foi muito legal eles assistirem ao jogo do Brasil com a gente”, contou a professora, que está acompanhada pelo marido e por dois filhos. A caçula, Maria Eduarda, 2, inclusive, tirou fotos no colo do zagueiro Rodriguez. “É emocionante. Ela não está entendendo a dimensão disso tudo, mas no futuro ela e meu filho vão perceber que essa foi oportunidade única”, disse a mãe.

Já para o torcedor suíço Remo Von Bourg, 31, que está no País para acompanhar sua seleção, a experiência no Brasil tem sido inesquecível. “Os brasileiros são muito amigáveis, estão sempre sorridentes.”

Herói da estreia prevê jogo difícil - O atacante Seferovic marcou o gol da vitória da Suíça contra o Equador, na estreia de ambas as seleções na Copa do Mundo, aos 47 minutos da segunda etapa, dando ao time condições totais de brigar por uma das vagas nas oitavas de final do Grupo E. No entanto, a tarefa não será fácil e o jogador sabe disso. O desafio será o duelo de sexta-feira, contra a França, na Arena Fonte Nova, em Salvador.

Ontem, durante entrevista em Porto Seguro, o atleta – que defende a equipe Real Sociedad, da Espanha – afirmou que o ambiente entre os suíços está ainda melhor após virada consquistada sobre os equatorianos no sábado. “Tudo é melhor após estrear com vitória”, disse Seferovic. O jogador destacou o potencial do time europeu, que vem colhendo frutos da seleção campeã mundial sub-19 em 2009 – o próprio atacante estava no grupo e fez gol na final daquele torneio. “A força da Suíça é que somos uma equipe, todos jogam por todos e não individualmente. Estamos crescendo e mais experientes”, emendou.

Sobre o confronto de sexta-feira, o suíço admitiu o poderio francês, mas não deixou de citar as qualidades de sua equipe. “A França é um time muito bom, mas também somos equipe muito boa, com atletas de qualidade. Então será um grande jogo e sexta-feira vamos ver o que acontece”, destacou. Questionado sobre a possibilidade de estar no caminho da Argentina, caso avance como segundo colocado da chave, Seferovic foi direto. “Estamos pensando só no próximo jogo”, encerrou o atacante.