Para retomar antigo projeto viário, o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), estipula a liberação de emenda do deputado federal Vanderlei Siraque (PT), no valor de R$ 6 milhões, e dar pontapé no plano de concluir o elevado Antônio Adib Chammas, que liga a região central aos bairros do 2º Subdistrito. O acordo já foi firmado entre o chefe do Executivo e o parlamentar. Os recursos sairiam do Orçamento de 2014 da União para iniciar a segunda parte do viaduto. A obra completa gira em torno de R$ 12 milhões.

O compromisso do Palácio do Planalto foi de assegurar um empenho de R$ 10 milhões em emendas individuais, como quantia limite para disponibilizar a cada um dos 594 parlamentares da Câmara. No Congresso, há acerto pela autorização de verba, o que, na maioria das ocasiões, beneficia partidos da base aliada. Siraque faz parte da bancada governista e, diante das circunstâncias do ano ser eleitoral, o Paço andreense coloca forte expectativa perante a afinidade política com o governo Dilma Rousseff (PT).

Grana sustentou que a Prefeitura não possui neste momento dinheiro para arrematar a alça e, segundo o petista, a contribuição de Siraque “é uma das principais alternativas encontradas pelo governo”. “A emenda (do correligionário) seria mais factível para buscar esse montante, firmando parceria com o Ministério das Cidades”, disse, ao acrescentar que as portas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Mobilidade estão fechadas. Não há critério que justifique a proposta, que prioriza veículos particulares no local.

A construção de faixas adicionais estava prevista no projeto original do viaduto, inaugurado em 1981, que tem cerca de um quilômetro de extensão e registra tráfego de aproximadamente 6.800 carros por dia, nos dois sentidos. As pistas sobre a Avenida dos Estados são mais estreitas do que no restante do elevado – duas no sentido bairro e uma no sentido Centro. A administração Grana propõe completar as seis pistas do modelo inicial, formatando o projeto em abril na tentativa de lançar licitação no segundo semestre.

A última proposta elaborada, de seis anos atrás, previa gasto de R$ 9 milhões com a obra. A atualização deve aumentar aos valores R$ 3 milhões. Em 2011, a gestão Aidan Ravin (PSB, 2009-2012) cogitou fazer a duplicação em viaduto estaiado. À época, o Paço contratou empresa para realizar estudo de viabilidade, despendendo R$ 600 mil.

O secretário de Mobilidade Urbana, Obras e Serviços Públicos, Paulinho Serra (PSD), alegou que a liberação da emenda materializaria as intervenções a partir deste ano e, no exercício de 2015, a gestão petista teria condições de entrar com outros R$ 6 milhões, encerrando um terço restante do viário. “Falta metade e para não perder tempo utilizaríamos essa engenharia. Ideia é que no ano que vem seja sem contingenciamento.”