A Prefeitura de Santo André removeu neste fim de semana a obra de arte assinada pelo artista Luiz Sacilotto (1924-2003) que ocupava a Rua Coronel Oliveira Lima, entre a Rua Monte Casseros, no Centro da cidade. Segundo o secretário de Obras e Serviços Urbanos, Paulinho Serra (PSD), a retirada do monumento faz parte do projeto de revitalização do calçadão comercial. As obras, orçadas em aproximadamente R$ 300 mil, foram anunciadas em fevereiro.

“Ela vai ser reformada e, dentro do projeto original da Oliveira Lima, será realocada em outro ponto da cidade. Por conta da localização, pelo grande fluxo de pessoas e passagem de veículos de grande porte como caminhões de lixo e ambulâncias, a obra acabava atrapalhando a passagem”, explicou o titular da Pasta.

Paulinho afirmou que já há previsão para a nova localização da obra. “Como vamos fazer o circuito das águas no Parque Prefeito Celso Daniel, a ideia é dar destaque enorme para essa obra colocando-a lá, em frente ao espelho d’água, que terá em frente a entrada, com iluminação e nos mesmos moldes do movimento de águas que há no Parque do Ibirapuera (em São Paulo).”

O filho do artista, Valter Sacilotto, que cuida do acervo do pai, disse que não sabia da mudança. “Não tenho a mínima ideia de o porquê tiraram. Acredito que seja algum ato falho. Fui pego de surpresa. Isso é falta de respeito e sensibilidade. Quem perde mais com isso é a população, que passava por ali e podia apreciar uma obra de arte.”

Valter criticou a mudança. Segundo ele, o monumento foi projetado para ser colocado onde estava. A obra estava lá desde o início dos anos 2000, quando o calçadão foi revitalizado pelo então prefeito Celso Daniel, morto em 2002.

“É preciso saber qual o critério usado para a retirada da mesma, porque houve uma série de critérios para colocá-la naquele lugar. Faz parte de todo o complexo da Oliveira Lima e é algo que foi estudado e planejado para o local. Ou seja, destruíram um patrimônio público. Seria a mesma coisa de tirar uma praça”, reclamou.

O secretário de Cultura Raimundo Salles (PDT) também se mostrou surpreso: “Não sei realmente o que aconteceu. Essa iniciativa partir da Secretaria de Cultura seria uma heresia, porque obra de arte não é lixo, que é só tirar e jogar fora”, disse.

“Vamos conversar com a família e explicar nossos projetos que estão previstos”, justificou Paulinho.