Esportes Titulo Atletismo
Febre da corrida
motiva criação
de empresa
Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
27/05/2013 | 07:09
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Celso Luiz/DGABC


O crescimento no número de pessoas que aderiram à corrida de rua proporcionou a criação de algumas empresas especializadas no assunto. Uma delas é a Number One, assessoria que atende cerca de 70 alunos nos núcleos do Parque Celso Daniel, em Santo André, e no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Lá, os profissionais de educação física e fisioterapia montam o treinamento mais adequado, acompanham de perto o ritmo do treino e também prestam apoio nas provas em que o cliente participa.

A empresa foi criada por Carlos Moreira dos Santos, o Carlinhos, que atualmente vive profissionalmente do atletismo. Ele não só gerencia a empresa, mas participa dos treinamentos e também disputa provas de rua, especialmente as de dez quilômetros, sua especialidade. Carlinhos, por exemplo, venceu, em abril, a Meia Maratona do Shopping ABC, em Santo André e roda o Interior do Estado atrás de corridas que pagam boas premiações (leia mais ao lado).

"Percebemos que havia essa necessidade e passamos a planejar a empresa em 2006, mas só em 2011 colocamos tudo em prática e a procura tem sido grande por nossos serviços", ressalta Carlinhos, que conta com o apoio da mulher, Simone Alves, vice-campeã da São Silvestre, em 2010, mas desde o fim de 2011 cumpre suspensão por doping, apesar de negar veementemente o uso de Eritropoetina Recombinante, hormônio que aumenta a capacidade de transporte de oxigênio no sangue.

Segundo Carlinhos, o treinamento adequado é a chave para que o atleta consiga bons resultados nas provas de rua. "Claro que varia de pessoa para pessoas, mas se tiver dedicação nos treinamentos e seguir as recomendações o sucesso é garantido. Hoje temos atletas de todos os níveis e que competem nas provas mais disputadas de São Paulo. Tudo isso só se consegue com um treinamento individual e adequado ao estilo de cada um", explica o corredor.

Parte dos alunos da equipe vai participar do 1º Circuito Popular de Corrida de Rua do Grande ABC, promovido pelo Diário, com apoio do governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude, e organizada pela Federação Paulista de Atletismo. A competição começa dia 16, com a etapa de São Caetano, e depois passa pelas outras seis cidades da região até dezembro, com a última prova em Santo André.

As inscrições podem ser feitas no www.dgabc.com.br, no www.ativo.com ou retirando a ficha na portaria do Diário, à Rua Catequese, 562, bairro Jardim, em Santo André. O custo de cada etapa é de R$ 20, sendo que o atleta que desejar participar das sete provas pode se inscrever com preço promocional de R$ 100 até o dia 12 de junho. As inscrições se encerram sempre na quarta-feira anterior ao dia da prova, impreterivelmente.

Corredor sobrevive das premiações

Terminar em primeiro prova de dez quilômetros pode representar até R$ 3.000 no bolso. É atrás dessas premiações que Carlos Moreira dos Santos, o Carlinhos, de Santo André, corre atrás. Ele largou as disputas na pista para se dedicar exclusivamente às corridas de rua.

"Vivo disso, corro as provas que considero ter chances de vencer e que ofereça boa premiação. Cada dia surgem mais corridas e isso é bom para o esporte", comentou Carlinhos.

Mas nem sempre foi assim. Descoberto por acaso, ele começou aos 14 anos para sustentar seis irmãos que vieram com a mãe de Rui Barbosa, na Bahia, para Taboão da Serra, em São Paulo, onde viviam em condições precárias.

"Tudo o que ganhava dava para a minha mãe. Passei por momentos complicados, mas não reclamo", ressalta o atleta, 29 anos, que se orgulha de ter pago a faculdade da irmã Joyce, 24 anos, que trabalha com ele na assessoria. "Me sinto vitorioso só de poder oferecer futuro melhor para a minha família", completou.

Curiosamente, na contramão da maior parte dos atletas, Carlinhos viveu o pior momento quando era profissional consagrado, em 2006, ao sofrer grave lesão muscular e ter de ficar sete meses parado.

"Perdi o contrato e, como demorei para voltar, tive dificuldades. Foi neste período que comecei a pensar em montar a assessoria", revelou Carlinhos, que fez de tudo para se manter e teve ajuda dos irmãos que pagavam as inscrições nas provas. "Fui pintor, segurança, office boy e vendedor de cosméticos. Na época não entendi, mas foi ótimo porque foi o sinal verde para montar a assessoria", finalizou.




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