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Vencendo o HIV sem medo
Por Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
29/11/2009 | 07:00
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Joana, 18 anos, é como qualquer adolescente da sua idade. "Estudo, vou ao cinema e me divirto. Faço coisas que todos fazem", diz. Há apenas uma diferença: ela é soropositivo, tem o vírus HIV. Assim como milhares de jovens brasileiros, foi contaminada ao nascer pela mãe, que tem a doença.

Apesar de saber que a Aids não tem cura, encara a vida com coragem e determinação. Planos para o futuro? "Quero trabalhar, estudar e crescer na profissão que eu escolher. Quero ser um bom exemplo", diz.

O momento mais decisivo na vida do adolescente é quando descobre que tem HIV, segundo Vera Lúcia Mencarelli, psicóloga do Ambulatório de Moléstias Infecciosas e do Programa DST/Aids de Santo André. "Só achava que era um pouco mais fraca que os outros", fala Laís, 15, que recebeu a notícia dos pais quando tinha 13 anos.

No início, Laís não quis contar o que tem para a irmã de 12 (que não foi contaminada ao nascer). Ficou com medo de que a caçula a tratasse de forma diferente. Pelo contrário, o amor e o respeito aumentaram!

Mais cuidado - Em geral, crianças infectadas pelo vírus manifestam os sintomas da doença antes de 1 ou 2 anos de idade, segundo Valter Pinho dos Santos, infectologista da Pediatria da Faculdade de Medicina do ABC. Por isso, o tratamento deve ser levado muito a sério e o cuidado também deve ser redobrado para evitar que adoeça, já que a Aids ataca o sistema imunológico. Além de medicamentos diários, é necessário acompanhamento médico de rotina e exames a cada três meses.

Outro cuidado fundamental para garantir a saúde é usar preservativo no momento em que tiver relações sexuais. Carla, 16, já teve a primeira experiência. Apesar de não ter contado ao parceiro que tem o vírus (é direito do soropositivo), garante que não abriu mão da camisinha. "Tem de usar preservativo para proteção do parceiro e a própria. Se o companheiro tem outro vírus pode piorar a saúde", explica o médico.

Muitos filhos - Há 19 anos, Lucinha Araújo, mãe do músico Cazuza, que morreu de Aids, criou a Sociedade Viva Cazuza para combater o preconceito, divulgar a prevenção e afastar a tristeza. Agora, é mãe de 22 soropositivos, entre 4 e 18 anos. Todos vivem em uma grande casa no Rio de Janeiro.

"Fazem tudo o que um jovem de classe média faz. Vão à escola, shows, festas, fazem aniversário. Trazem amigos para dormir aqui aos finais de semana", conta Lucinha, que tem um sonho: "Quero que saiam daqui empregados e com profissão ou para constituir família. É tudo o que uma mãe quer para seus filhos".




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