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Mortalidade infantil sobe em três cidades do Grande ABC

Diadema, Mauá e Rio Grande registraram alta nos óbitos de crianças com menos de 1 ano em 2017

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
02/11/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Três cidades do Grande ABC registraram, em 2017, aumento na taxa de mortalidade infantil. Os dados são da Fundação Seade e consideram o total de óbitos de crianças com menos de 1 ano a cada grupo de 1.000 nascidos vivos. O índice subiu em Diadema, Mauá e Rio Grande da Serra. Os demais municípios tiveram queda, com destaque para São Caetano, onde a taxa recuou de 11,86 para 9,15, decréscimo de 22,8% (veja dados na tabela).

A secretária de Saúde de São Caetano, Regina Maura Zetone, comemora o resultado. “Investimos fortemente na qualificação do atendimento da gestante para voltarmos a uma taxa de um dígito”, pontua a gestora. Ela cita que os profissionais que atendem o pré-natal passaram por revisão do protocolo, foi liberada a realização de exames para as gestantes sem limites preestabelecidos, além da troca da equipe do pronto-socorro infantil e da reinauguração da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Neonatal como esforços para o resultado.

O professor titular da disciplina de Obstetrícia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Mauro Sancovski, destaca que a taxa de mortalidade infantil é influenciada pelos óbitos de bebês recém-nascidos, diferente do cenário de 30 anos atrás, quando as mortes eram causadas por doenças como diarreia. Partos prematuros e nascimento de bebês com más-formações são citados pelo especialista como elementos de pressão nas taxas. “Cada caso é estudado e analisado, para que seja identificada a causa e o problema seja atacado”, conclui.

A Prefeitura de Diadema questiona os números e alega que a base de dados da Fundação Seade considera as informações sem nenhuma análise prévia. “O comitê de vigilância em óbito e mortalidade materna, fetal e infantil do município investiga cada óbito para identificar inconsistências, como endereço”, cita em nota. O dado é atribuído à cidade de residência declarada pela mãe. Diadema afirma que, de acordo com dados do governo federal, a taxa da cidade teve recuo de 12,61 para 12,3, mas que segue trabalhando para “reduzir ainda mais”.

Mauá também questiona os dados e usa números federais para afirmar que a taxa caiu de 9,3 para 9,1. Rio Grande da Serra não respondeu até o fechamento desta edição.

Santo André credita a queda ao avanço da tecnologia nos cuidados ao prematuro e às ações que vêm sendo realizadas ao longo dos anos na atenção básica, iniciando no pré-natal e com especial atenção aos menores de 2 anos. Ribeirão Pires destaca a reestruturação do comitê de mortalidade materno, infantil e fetal do município, com o fortalecimento do trabalho de investigação dos óbitos ocorridos, caso a caso; e o fortalecimento da Rede Cegonha, que garante na atenção básica o acompanhamento de gestantes, puérperas e crianças até os 2 anos de idade.

PRÊMIO

Referência no atendimento a gestantes, o HMU (Hospital Municipal Universitário) de São Bernardo recebeu ontem, da ONA (Organização Nacional de Acreditação), a Acreditação Plena, que atesta excelência no serviço. “O selo ONA2 valida qualidade no atendimento e segurança aos pacientes do HMU, diminuindo assim os índices de mortalidade materna/ infantil”, relata em nota a administração, que credita a queda na taxa do município ao conjunto de investimentos na Saúde. 




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