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Samba de responsa

Música e exibição de documentário marcam inauguração de galeria sobre artistas da região

Marcela Munhoz
16/03/2018 | 07:00
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Roberto Parizotti/Divulgação


 Música serve de consolo, combate o medo e traz alegria. Nada mais justo, então, do que organizar verdadeira roda para celebrar sambistas que se doaram e dedicaram a vida à arte. Amanhã, a partir das 14h, Mimi Boêmio, ou Clementino Raimundo, 82 anos, comanda o show no Instituto Acqua, em Santo André. A festa vai marcar a abertura do projeto ABC das Artes, galeria de homenagens aos artistas da área.

“Para nós é muito importante valorizar personagens que encantam gerações. Com a iniciativa, queremos contar a trajetória deles e, ao mesmo tempo, homenageá-los”, explica Ronaldo Querodia, diretor-presidente do Instituto Acqua e idealizador do evento. Os sambistas são os primeiros a serem exaltados. “O projeto terá continuidade. A região produziu e recebeu inúmeros talentos que precisam ser rememorados”, conclui.

E os artistas agradecem a oportunidade. “São poucas as pessoas que dão esse tipo de valor para a gente”, conta Mimi Boêmio ao Diário. O andreense entoa sambas, choros e gafieiras há mais de 60 anos. Ele tem extensa carreira nas noites. Entre os locais onde se apresentou estão os lendários Pedacinho do Céu e Saramandaia. Hoje toca no Boteco Adoniran e Catedral Hall, em São Bernardo.

Outro nome a ser lembrado é Inez Francisco da Silva, a Dona Inah. Aos 82 anos foi acometida pelo mal de Alzheimer. A sambista nasceu em Araras, no Interior, mas viveu em Santo André por anos. Ao lado do cantor Nelson Gonçalves, participou da inauguração da Rádio Clube da cidade. O filho Daniel, 52, e a neta Gabriela, 15, estarão presentes. “A gente fica feliz quando essas homenagens acontecem. É reconhecimento importante. Minha mãe teve vida bem sofrida, podia ter desistido, mas criou motivação e conseguiu o que sonhou. É um exemplo”, diz. O evento contará, inclusive, com exibição inédita do filme Que Cantadora a Vida Me Fez, com a trajetória da sambista. A direção é de Patrícia Francisco.

Quem der um pulinho no Instituto Acqua também será testemunha de aplausos para Joca Sete Cordas, que morreu aos 70 anos, em 2009. Veterano das rodas de choro, começou a tocar violão aos 11. Desde 1954, integrava importantes conjuntos e tocou com Orlando Silva e Emilinha Borba.

Projeto ABC das Artes – Inauguração. No Instituto Acqua – Avenida Lino Jardim, 905, em Santo André. Amanhã, a partir das 14h. Grátis.




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