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Publicitário aceita detector
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07/07/2005 | 00:35
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Pouco antes de completar 12 horas de depoimento à CPI, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza foi questionado pelo deputado Enio Bacci (PDT-RS) se aceitaria se submeter a um detector de mentiras.

Valério respondeu que sim, mas apenas se o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) for submetido ao mesmo teste. "Se o Roberto Jefferson topar, eu topo. Seria bom um detector de mentiras para mim e para ele para ver, afinal, quem entregou a mala", disse.

O empresário prometeu deixar seu passaporte em poder da CPI, quando terminasse a sessão, para provar que não fará nenhuma viagem ao exterior.

Além de sugerir o detector de mentiras, Enio Bacci fez perguntas de ordem pessoal ao empresário. "Sua esposa é ciumenta?", perguntou. "Normal", respondeu. "Há motivos para sua esposa ter ciúme de Fernanda Karina (ex-secretária do empresário)?", insistiu. "Não, ela nem conhecia Fernanda Karina, só por telefone", disse. "Karina fala de festas patrocinadas pelo senhor em que rolavam dinheiro e mulheres", continuou Bacci. "Isso nunca existiu", afirmou Valério.

O deputado Geraldo Thadeu (PPS-MG) causou frisson na CPI ao pedir para falar em sessão secreta aos parlamentares da comissão. Imediatamente, a sala foi tomada por boatos de que Thadeu denunciaria supostos recebedores do mensalão. Para acalmar os colegas, o deputado mineiro resolveu romper o suspense e falou na sessão aberta mesmo. Disse que conheceu Marcos Valério em 1999, quando era prefeito de Poços de Caldas e o empresário comprou uma empresa de publicidade que prestava serviços ao governo municipal. Geraldo Thadeu disse que aceitou um convite de Valério e visitou o empresário em Belo Horizonte. Na ocasião, segundo o deputado, Marcos Valério ofereceu-se para arrecadar recursos para a campanha, caso Thadeu fosse candidato à reeleição.

O deputado contou que decidiu não se candidatar a um segundo mandato de prefeito, mas ficou com a impressão de que Marcos Valério arrecadava dinheiro em empresas para formar caixa 2 (dinheiro não declarado) de campanhas políticas. Para Thadeu, este é o motivo de Marcos Valério não ter declarado a origem de cerca de R$ 400 milhões movimentados na conta da agência DNA.

Os integrantes da CPI estavam inconformados com declaração de Roberto Jefferson de que alguns parlamentares da comissão recebiam o mensalão. A deputada Denise Frossard (PPS-RJ) decidiu, então, encaminhar um requerimento à Presidência da CPI para que sejam listados os nomes de todos os funcionários dos gabinetes de cada deputado e cada senador da comissão. Já a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) pediu a quebra do sigilo bancário e fiscal de todos os integrantes da CPI, tornando públicas as informações.




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