“A vida é sempre um grande perigo, por isso eu gosto de viver perigosamente.” 

Olinto Demarchi, pracinha de São Bernardo que serviu na Itália durante a II Guerra Mundial, citado por Roberto Ceola.

“Não adianta ser prepotente, nariz empinado. O destino de todos nós será o Cemitério de Vila Euclides.” 

Frase dos antigos, quando São Bernardo possuía um único cemitério. 

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O dono da grande fábrica de bicicletas e máquinas de costura. O dono do mais luxuoso restaurante da cidade, de cardápio internacional. O moço que viveu sempre nas colônias da Linha Galvão Bueno e que deixou notícias sobre como foi formada a famosa Rota do Frango com Polenta. O vereador da Vila Baeta que se elegeu deputado federal pelo ‘Manda Brasa’, o MDB original.

Eles jazem no Cemitério de Vila Euclides, visitado por Memória em companhia do nosso guia Roberto Ceola, que, ao lado do pai, Romildo, ali construiu vários túmulos.

Falamos dos Lewandowski, cujo descendente mais ilustre é o ministro Ricardo, do STF (Supremo Tribunal Federal), e que, em 1953, criaram uma grande indústria no km 22 da Via Anchieta, a Mercantil Suíça, ou Mercswiss, que sobreviveu até a década de 1960.

E falamos de Melchior Binder, criador e mantenedor daquele que foi o restaurante predileto dos políticos, atores e atrizes da Vera Cruz, os grã-finos da cidade. Ou de Matheo Demarchi, que numa noite inesquecível nos recebeu em sua casa para contar a história da Linha Demarchi-Batistini. Ou então de Odemir Furlan, o deputado federal galã que cumpriu mandato pela oposição ao regime militar.

Também jaz na Vila Euclides o primeiro promotor público de São Bernardo, Walker da Costa Barbosa. Grande poeta e escritor, cujo túmulo reproduz um de seus versos.

Cemitério de Vila Euclides: é ou não é o nosso cemitério-museu? Assim como o são todos os cemitérios do mundo. Basta ter olhos para ver e um guia para nos acompanhar. Gratidão, Ceola.

Diário há 30 anos