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Para jornal inglês, Brasil está à beira de ser superpotência
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09/07/2008 | 08:15
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"Surfando em uma grande onda de confiança." É dessa forma que o jornal britânico Financial Times apresenta o Brasil, em um caderno especial de seis páginas sobre o País, divulgado nesta terça-feira. A série de reportagens mostra os avanços econômicos, políticos e sociais obtidos nos últimos anos, mas aponta que a tarefa de transformação ainda não está completa.

"Não é um exagero dizer que o Brasil está à beira do status de superpotência", diz o jornal. Em um momento de aumento da demanda por alimentos e energia, o País tem uma posição singular. Além de ser um dos maiores produtores agrícolas do mundo, o que inclui o etanol de cana-de-açúcar, o Brasil está entre os líderes da indústria automobilística e em breve deve se tornar exportador de petróleo.

O mercado interno está explodindo, o que passou a representar um ímã para o investimento externo direto. "Muito disso se tornou possível pelas reformas feitas nos últimos 15 anos."

Segundo o FT, as bases da prosperidade foram feitas sob a administração de Fernando Henrique Cardoso, e na época condenadas pelo PT (Partido dos Trabalhadores), então na oposição.

"Mas, no governo, Mr. Lula da Silva e seus conselheiros passaram a ver o valor, especialmente para os pobres, da inflação baixa e da estabilidade econômica."

O jornal destaca a importância do programa Bolsa-Família, que colocou um quarto da população brasileira, de 190 milhões de pessoas, no mercado de consumo pela primeira vez. O FT diz que o programa começou a ser desenvolvido no governo FHC, mas foi amplamente expandido na gestão Lula. Mas o FT aponta desafios.

"A infra-estrutura do País é uma confusão. A saúde pública e os serviços de Educação são persistentemente inadequados. O custo de falhar ao lidar com essas questões pode trazer outra geração de oportunidades perdidas."

Conforme o FT, ainda é preciso fazer as reformas da Previdência, legislação trabalhista e a fiscal. Além disso, um dos principais problemas é o tamanho do setor público, considerado um obstáculo ao crescimento. Mas o jornal reconhece os custos políticos dessas mudanças. "Para fazer as reformas você precisa queimar o seu próprio capital político", diz Fernando Henrique Cardoso.




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