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Família de jovem contesta atendimento no Hospital Nardini

Garoto sofreu queda e reclamava de dores na perna, mas foi submetido a cirurgia no apêndice

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
26/07/2019 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Uma queda corriqueira durante um jogo de futebol, fato comum na vida de um adolescente, acabou se transformando em uma série de eventos desagradáveis para a família de Roger Michel Neri Bernardino, 15 anos. Embora reclamasse de dores na perna direita, o jovem foi operado e teve o apêndice removido no Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardini, em Mauá. A família questiona a necessidade da cirurgia enquanto o equipamento alega que todo o atendimento foi orientado por resultados de exames.

O garoto se machucou há cerca de um mês e, após dois atendimentos no Hospital São Lucas, de Ribeirão Pires, onde não conseguiu alívio para as dores na perna, foi internado em 21 de junho no Nardini. Após ser avaliado por uma junta médica, foi operado e teve o apêndice removido, mas o alívio para o problema original só veio em 18 de julho, com a drenagem de um abcesso na região lombar. 

Tio do jovem, o publicitário Fabio Franco, 51, explicou que antes de ser internado no Nardini o adolescente havia passado dois dias em observação em Ribeirão Pires. “Disseram que lá não havia recursos para o atendimento, por isso foi transferido”, explicou. Franco relatou que, após a cirurgia no apêndice, quando o médico passou no quarto para a alta, questionou sobre a dor na perna que o sobrinho continuava sentindo. 

Tomografia revelou, então, um abcesso na região lombar. Roger foi liberado e passou a tomar antibióticos. Seu quadro se agravou, com febre alta, e ele foi novamente internado em 11 de julho, com ainda mais dor na perna. “Só então colocaram o dreno para eliminar o abcesso”, relatou a mãe, Lerian Almeida, 33. Profissional de educação física, ela acredita que pelo foco de infecção estar na mesma região do apêndice, o filho tenha sido vítima de erro médico. “A dor irradiava para a perna. Pedi o prontuário dele e está anotado que ele chegou com náuseas e dores abdominais, mas ele não teve nada disso. Só passou a vomitar depois da cirurgia no apêndice, por conta dos remédios”, completou.

Em nota, a FUABC (Fundação do ABC), responsável pela administração do Hospital Nardini, informou que no relatório de encaminhamento do paciente constava hipótese diagnóstica de abdômen agudo e sinais de peritonite associados à febre. Conforme a organização de saúde, o paciente passou por exames físicos e tomografia de abdômen e foi constatado quadro de apendicite aguda. “A apendicectomia, realizada dia 23 de junho, inclusive, foi comprovada por exame anatomopatológico feito no material retirado”, explicou.

“A FUABC ressalta que todas as condutas de tratamento adotadas pelas equipes técnicas foram orientadas pelos resultados dos exames realizados e histórico de sintomas apresentados”, completou o comunicado. Ainda de acordo com a nota, o paciente apresenta evolução clínica satisfatória, “permanece em constante monitoramento pelas equipes assistenciais” e está em programação de alta hospitalar.




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