A economista-sênior para América Latina do RBS Global Banking, Zeina Latif, está cotada para assumir uma das diretorias do BC (Banco Central). Emissários do governo conversaram com a economista há alguns dias, mas o martelo ainda não está batido para sua indicação.

A eventual indicação de Zeina e de outros futuros integrantes do comando do Banco Central não deve ocorrer ainda neste ano, porque as atividades do Congresso Nacional estão se aproximando do fim.

A eventual nomeação de Zeina preencheria um dos requisitos propostos pelo menos por parte da equipe de transição do governo e pelo comando do BC: trazer pelo menos um nome de mercado para dar mais peso à diretoria. Uma das cadeiras vagas que se encaixariam bem com o perfil de Zeina seria a de estudos especiais. Essa diretoria, que já foi ocupada pelo ex-diretor de política econômica Mário Mesquita (que foi chefe de Zeina no banco ABN) está vaga.

Zeina, como a maioria dos economistas de mercado, tem perfil mais ortodoxo, embora não seja da ala radical desse grupo. Sua tese de mestrado teve como orientador um dos expoentes da ortodoxia econômica no Brasil, o ex-presidente do BC Affonso Celso Pastore.

A escolha dela, se de um lado pode representar maior tranquilidade para o mercado, de outro pode desagradar setores mais à esquerda do governo, que estavam esperando ver um BC bastante alinhado com o desenvolvimentismo do Ministério da Fazenda.

Além da diretoria de estudos especiais, outras três vagas deverão ser preenchidas no ano que vem e outro nome de mercado poderá ser trazido para as fileiras da autoridade monetária, segundo informou uma fonte. Os postos que deverão ser abertos são: diretoria de normas, ocupada hoje pelo futuro presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, e as diretorias de fiscalização e de liquidação, cujos titulares possivelmente vão se aposentar a partir de 2011.

Além disso, uma possibilidade que vem sendo aventada nos bastidores do BC é de ocorrer uma espécie de dança das cadeiras, que poderia abrir espaço nas duas principais diretorias da autoridade monetária: política econômica e política monetária.