Cultura & Lazer Titulo Fotografia
IMS expõe olhar de Gautherot
25/11/2009 | 07:00
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Ao desembarcar em Belém há 70 anos, o francês Marcel Gautherot (1910-1996), que viria a ser o fotógrafo oficial da construção de Brasília, a pedido de Niemeyer, não era ainda um profissional conhecido. Tinha apenas 29 anos e alguma experiência em fotografia étnica. No Museu do Homem de Paris, fundado dois anos antes (1937), Gautherot, como organizador de suas coleções de fotografia, acumulou experiência para se aventurar numa viagem pela Amazônia, registrando imagens marcantes que o IMS (Instituto Moreira Salles) reuniu numa exposição, aberta a partir de hoje, e no livro Norte.

O livro traz fotos que impressionam não só pela equilibrada composição formal, como pelo olhar humanista de um fotógrafo genuinamente interessado na vida do caboclo amazônico. A exposição tem 60 imagens selecionadas entre as 25 mil pertencentes ao acervo do IMS, do qual faz parte a coleção de fotografias de Gautherot. Radicado no Brasil em 1940, ele conheceu o País de ponta a ponta, registrando o cotidiano e a paisagem de 18 Estados brasileiros, das festas e tipos populares do Nordeste à arquitetura modernista do Rio de Janeiro, sua paixão.

Gautherot teve de desistir da arquitetura. Os pais do fotógrafo não puderam bancar os estudos do filho a mãe era operária e o pai, pedreiro - e a crítica situação financeira da família cedo o levou a se engajar numa luta ideológica marcada pela militância no Partido Comunista. No Brasil, adotado por Niemeyer, seu companheiro de partido, Gautherot foi escolhido pelo arquiteto como fotógrafo oficial de Brasília, acompanhando as etapas de construção da nova capital.




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