A peça estreou em junho na Espanha, onde Cordovani mora e dirige a Cia. Internacional de Teatro de Repertório Arte Livre do Brasil. “A Volta do Parafuso fala sobre mulheres reprimidas e repressoras. É, ao mesmo tempo, um conto de terror e uma história de amor. E discute questões como relações de classe social, sexualidade, hipocrisia e necessidade da religião. A minha personagem reza o tempo todo, mas é uma ditadora”, diz.
Interpretada por Cordovani, a preceptora das crianças Miles e Flora é o fio condutor da história, marcada por jogos de sedução e um clima de suspense. Moreno faz a governanta Grose e Miles. Outros personagens, como o criado Quint – já morto –, aparecem em imagens projetadas num telão. “O espetáculo é muito cinematográfico”, afirma.
A cenografia é do paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994). “Convidei-o para fazer o cenário de O Retrato de Dorian Gray (peça baseada no livro de Oscar Wilde). Não gostei da primeira proposta dele, uma malha pintada que simboliza o ser humano fragmentado, mas guardei-a. Agora a utilizo no chão. De acordo com a luz, assemelha-se a areia ou caco de vidro e gera uma sensação de que estamos num abismo”, diz Cordovani.
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