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Falta qualificação aos profissionais

A cadeia da construção civil representa, hoje, 13% do PIB do País e emprega 15 milhões de pessoas, sendo 4 milhões diretamente

Por Cláudio Conz
01/07/2010 | 00:00
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A cadeia da construção civil representa, hoje, 13% do PIB do País e emprega 15 milhões de pessoas, sendo 4 milhões diretamente. Em nosso setor, infelizmente, existe grande carência por qualificação profissional. Na área de serviços, chega a ser incalculável o número de encanadores, eletricistas, pedreiros, enfim, de profissionais que, sem qualquer tipo de treinamento ou especialização, aventuram-se a fazer serviço que, muitas vezes, acaba em tragédia. Nosso segmento é recordista em acidentes de trabalho, especialmente no que diz respeito ao manuseio da rede elétrica. É sempre a mesma história: de um lado, trabalhadores sem capacitação, que oferecem serviços mais baratos; de outro, consumidores que contratam profissionais incapacitados de reduzir custos e que acabam gastando mais, pois raramente quem não é qualificado soluciona o problema logo na primeira tentativa.

Tendo expressivo poder multiplicador de geração de emprego (e renda) e sendo apontado como estratégico no desenvolvimento nacional, a construção civil como vem fazendo grande esforço no sentido de contribuir com a melhoria da mão de obra da cadeia produtiva. A capacitação profissional é uma das bandeiras da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) para a melhoria do atendimento ao cliente, a redução de custos, a diminuição do número de acidentes de trabalho e o crescimento do País.

Olhando, inicialmente, para o varejo, no qual a Anamaco, sobretudo, atua, estamos nos especializando em cursos voltados para a nossa área. Lembrando que 98% das 138 mil lojas de material de construção são pequenas e médias, e que grande parte delas é de familiares, há de se convir a importância das informações sobre a dinâmica do nosso segmento, com grande esforço da Anamaco e demais entidades do setor no desenvolvimento de pesquisas e estudos focando esta área.

Grande parte dos donos de loja teve sucesso pelas suas próprias iniciativas e talento comercial, e vêm melhorando seus conhecimentos, investindo em cursos como pós-graduação e MBA e buscando entender as tendências de mercado, a lógica da pirâmide de consumo e as nomenclaturas cada vez mais complexas. Neste segmento com forte presença de lojas familiares, o tema da sucessão como forma de continuidade, vem sendo cada vez mais discutido - prova disso foram os vários debates sobre o tema, incluindo o Ecomac Bahia (Encontro dos Comerciantes de Material de Construção) do ano passado e os recentes fóruns desenvolvidos pelas diversas associações do País sobre o assunto.

O nosso setor está preocupado com as mudanças do mercado e com a influência internacional em nosso negócio e a qualificação tem se mostrado o instrumento mais eficiente para traduzir essa realidade em prática. Neste sentido, a indústria e o comércio de material de construção vêm adquirindo tanta importância no mercado, que passaram, inclusive, a ser uma escolha de profissionais de outros setores, o que vem somar aos nossos conhecimentos já adquiridos.

Estamos trabalhando para mostrar aos lojistas e ao consumidor que quanto menor a qualificação profissional, maior o prejuízo ao fim do processo. Investir em conhecimento sempre é garantia de retorno. Quero lembrar o que sempre afirmei sobre nosso ramo: temos a capacidade de gerar círculo virtuoso de emprego e renda, que significam melhores condições de vida para toda população. Com investimento em conhecimento, certamente estamos amplificando nosso poder multiplicador de postos de trabalho e proporcionando à sociedade a oportunidade de mais desenvolvimento. Só assim conseguiremos reduzir acidentes e contribuir com a otimização dos serviços que envolvem a construção e toda a cadeia produtiva.




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