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Faculdades de Mauá e Ribeirão
fecham as portas até o fim do mês

Cerca de 1.300 alunos serão agrupados com os de outras unidades da rede e terão somente aulas on-line a partir do segundo semestre

Bia Moço
Do Diário do Grande ABC
03/07/2021 | 04:32
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Banco de Dados


As instituições de ensino superior Fama (Faculdade de Mauá) e Firp (Faculdade de Ribeirão Pires), que pertencem ao Grupo Uniesp (União Nacional das Instituições de Ensino Superior Privadas), fecharão as portas até o fim do mês. Os cerca de 1.300 alunos matriculados em 15 cursos foram orientados a seguirem de maneira remota, já a partir do segundo semestre, quando serão agrupados com outros estudantes da rede, já que todas unidades do grupo também vão fechar até dezembro.

Professores e funcionários administrativos ouvidos pelo Diário, e que pediram para não serem identificados, confirmaram a informação e se dizem revoltados pela falta de transparência por parte da mantenedora, que não comunicou a medida de forma oficial. Segundo os profissionais, a informação teria vazado após reunião da diretoria, onde gestores foram informados sobre o fechamento das unidades físicas, e a transição dos alunos matriculados nas duas faculdades para aulas remotas. De acordo com apuração do Diário, o Grupo Uniesp reduzirá o quadro de funcionários e para aulas on-line não manterá nenhum docente da Fama ou da Firp. No total, 160 pessoas, entre funcionários administrativos, professores e coordenadores, perderão seus empregos.

Uma funcionária administrativa do Grupo Uniesp, que preferiu manter o anonimato, confirmou o fechamento das unidades de Mauá e Ribeirão Pires, e afirmou que todas as faculdades físicas do grupo no Brasil deixarão de funcionar até o fim ano. “Serão apenas faculdades on-line agora. O Grupo Uniesp será uma instituição EAD (Ensino a Distância). Para isso, demitirão professores da maior parte das faculdades e manterão poucos profissionais para aulas remotas”, confirmou, explicando que não sabe precisar quantos profissionais serão mantidos no total.

Os docentes, por sua vez, lamentam a situação e temem que os desligamentos ocorram já na próxima semana, diante da pressão para entrega de notas semestrais. “Pediram que as notas fossem entregues nesta semana. E, infelizmente, além de demitirem os professores e funcionários, deixando famílias sem renda, serão diversos alunos prejudicados”, lamentou o professor, explicando que alguns cursos ofertados na Fama serão extintos. “Aulas on-line, sem prática, são complicadas. O curso de enfermagem, por questões óbvias, não pode ser remoto”, disse o profissional.

Outra professora afirmou que os funcionários, além de não terem informações oficiais por parte do Grupo Uniesp, continuam sem receber o 13º salário – pagamento que deveria ter ocorrido no dia 20 de dezembro – e férias de fim de ano. Em maio, o Diário publicou reportagem sobre ameaça dos funcionários de paralisar as atividades diante de recorrentes atrasos salariais. “Agora seremos demitidos e ninguém tem certeza se vamos receber o que nos devem, e o que terão de pagar na demissão”, afirmou a docente.

Questionado, o Grupo Uniesp não se pronunciou até o fechamento desta edição. 




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