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Derrota silencia vuvuzelas e antecipa 'ressaca' da torcida
Anderson Fattori, Bianca Daga e Marco Borba
03/07/2010 | 07:00
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A esticada nas comemorações no fim de semana como muitos planejavam não aconteceu. Justo na sexta-feira, dia sagrado para o happy hour, os holandeses decidiram colocar água no chopp do brasileiro. Esse era o sentimento do pós-jogo pelas ruas do Grande ABC.

O pintor industrial Alex Rodrigues de Souza, 31 anos, caminhava cabisbaixo pela Avenida Goiás. "O Dunga fez uma seleção de estrangeiros não de brasileiros. Esses caras jogam na Europa, ganham muito e não estão nem aí para o nosso sofrimento. Os que atuam aqui se doam mais", desabafou.

O assistente de administração Marcel Félix, 24, completou, conformado. "O Brasil não tem um time e faltou banco. O Felipe Melo devia ser no máximo reserva. O Dunga conhece o temperamento dele, mesmo assim insistiu."

Em São Bernardo, uma torcida especial se reuniu para ver o duelo. A Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica mandou energias positivas, mas não deu. "Era confiança total e agora é tristeza e decepção. Ainda não estou acreditando", comentou Letícia Dutra, 17.

Na Avenida Kennedy, o vendedor André Esculapio, 30, dividiu as culpas. "O Brasil não entrou em campo no segundo tempo. Mas não adianta crucificar o Dunga. A culpa foi coletiva", avaliou.

Em Santo André, o dia foi atípico na feira livre da Rua André Ramalho. Os feirantes trocaram os galanteios à freguesia por berros na torcida pela Seleção. "Há 25 anos é a mesma coisa, sempre trazemos TV para ver os jogos. Faz parte da profissão", conforma-se Marcelo Vargas, 40, dono de barraca de frutas que assistia a partida ao lado do filho Gabriel, 13.

Na Rua das Figueiras, tradicional encontro de jovens, a folia foi discreta. A decepção pela derrota estava evidente nos torcedores que não conseguiram segurar as lágrimas. "Estava muito confiante, amo o Brasil, amo a Seleção. Não dá para acreditar. Estou decepcionada", declarou Mayra Scocco, 19. "Sempre assisto aos jogos nos bares e hoje foi algo que não esperava. O Brasil desabou no segundo tempo. Lamentável", completou Renata Mascareñas, 34.

Na Prefeitura de Santo André, uma cervejaria ofereceu um telão a bordo de um caminhão. Apesar do bom espaço, cerca de 30 torcedores assistiram o jogo por lá.

No fim, as vuvuzelas tão acionadas nos últimos dias podiam ser vistas solitárias, na sarjeta. Era como se com elas, um pouco da alegria do brasileiro tivesse ido a nocaute.

 




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