De olho no transito Titulo
Os riscos do mototáxi

O século 21 está nascendo para muitas cidades do Brasil e do mundo como a era do congestionamento

Por Cristina Baddini
03/07/2009 | 00:00
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O século 20 foi descrito como o século do automóvel. O século 21 está nascendo para muitas cidades do Brasil e do mundo como a era do congestionamento. A Grande São Paulo registra congestionamentos que, em algumas sextas-feiras, chegam a mais de 200 quilômetros de veículos. Essa situação tem incentivado o aumento no uso de motocicletas, tanto para os serviços de entrega de encomendas e pequenas cargas, como para uso na locomoção ao trabalho e estudo. O serviço de moto-entrega ou de moto-boy, configura uma atividade econômica comum.

Segurança
Imagine se na Grande São Paulo - onde já morreram cerca de 500 pessoas vítimas de acidentes de moto em 2008, o que dá uma média de quase 40 por mês - existisse o serviço de mototáxi? No Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) são atendidos diariamente pelo menos dois motociclistas acidentados no trânsito com algum tipo de fratura nos membros inferiores. Na maioria dos casos os motociclistas ficam internados para se submeterem a tratamentos cirúrgicos e internações por longos períodos. Hoje, tem mais acidentados por uso de moto do que por carro porque a proteção no automóvel é um maior.

Mototaxi seria uma boa opção?
A regulamentação da profissão de motoboy e a permissão do mototáxi estão para ser regulamentada e sancionada pelas instituições federais. Se isso acontecer, as câmaras municipais de todo o País ficam livres para criar leis que regulamentem o serviço de mototáxi. Existem no País cerca de 500 mil mototaxistas em 3.500 municípios. Este transporte é inseguro e poluente e em diversas cidades já se encontra disponível, alguns mais bem aparelhados, outros mais deficientes, mas ainda não há uma cultura definitiva sobre essa forma de transporte.

Insegurança
Um importante aspecto a ser analisado é o despreparo dos passageiros em andar de moto. Você trocaria a segurança pela rapidez aceitando com normalidade os riscos que esse tipo de transporte representa? Trata de um retrocesso estimular um tipo de viagem individual, em detrimento dos coletivos. Pelo fato de os motociclistas trafegarem nos corredores entre carros estes condutores ficam mais expostos quando há choque entre veículos. Isto sem contar a preservação da higiene nos capacetes, uma vez que várias pessoas usam o mesmo equipamento.

Desafio
O desafio que precisa ser enfrentado pelos governos de todas as instâncias é que as cidades que, no mundo, conseguiram vencer o impasse do trânsito só o fizeram quando organizaram sistemas amplos de transporte. Todas as demais providências são precárias e provisórias. Só quando o transporte de massa se tornar bastante utilizado, rápido e eficiente a grave questão do trânsito das cidades poderá ser tida como definitivamente resolvida.

Vamos pensar na redução da poluição e do número de acidentes e mortes no trânsito para impedir que interesses corporativos de uma pequena categoria se sobreponham ao bom senso e às recomendações técnicas que denunciam a irresponsabilidade de tal iniciativa.




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