Apesar de não ter explicado aos funcionários em que consiste esta ajuda, trata-se de assistência técnica, de equipamentos tecnológicos, de medidas concretas que deveriam ser adotadas pelos europeus para a interceptação marítima e aérea do narcotráfico e de armas enviadas à Colômbia, assim como uma mobilização real contra a lavagem do dinheiro da droga, assinalou o presidente às margens desta reunião.
"A mensagem foi ouvida", comentou ao término do encontro François Perigot, presidente do Medef International que, por outro lado, destacou a forte personalidade de Alvaro Uribe, mas se perguntou sobre a dimensão dos problemas da Colômbia, que não são apenas internos, mas também internacionais.
O pedido de Alvaro Uribe aos empresários para que façam o possível para que França e UE dêem ajuda militar foi sem dúvida, para os observadores, o momento mais intenso de sua intervenção.
Antes, o presidente - que teve maioria absoluta dos votos colombianos desde o primeiro turno das eleições- fez uma ampla exposição sobre a política que pretende adotar assim que assumir o poder no próximo dia 7 de agosto.
Em linhas gerais insistiu sobre seu programa eleitoral de luta contra a inflação e contra a corrupção, a favor de uma redução dos gastos nos setores "burocráticos" e sobre a vontade de seu governo de reforçar as garantias ao um setor privado que ele deseja "vigoroso".
Mas o maior problema citado em sua intervenção foi o da segurança em seu país, constantemente ameaçada pela narcoguerrilha marxista, pelos paramilitares e pelos traficantes de droga.
Lembrou o presidente eleito que quando era estudante dava prioridade à justiça social, porém depois entendeu que, para que ela exista, é preciso "um mínimo de paz" indispensável para dispor da confiança do setor privado.
"É preciso derrotar a droga que financia a violência", afirmou. "Não faremos mais discursos, nossa obsessão serão os resultados e nos propomos a proteger a todo momento os colombianos e os investidores estrangeiros contra os ataques da guerrilha ou dos paramilitares", acrescentou.
Por outro lado, assinalou que assinaria proximamente com a França um acordo para a proteção dos investidores, tema que disse ter abordado com o presidente Jacques Chirac na reunião que teve com ele terça-feira.
Enumerou os setores que seu governo deseja desenvolver, entre os quais as florestas –“temos que plantar 300.000 hectares”, disse, convidando os empresários a participar também nesta ação -, o turismo, a tecnologia e, entre outros, o setor agropecuário indispensável para ajudar os camponeses e "evitar que se passe à guerrilha".
Pediu aos empresários franceses que digam na Europa que ele está aberto ao diálogo com os violentos, com mediação da ONU e a partir do fim das hostilidades, que digam na Europa que seu governo não vai violar o Estado de Direito, e sim que vai respeitá-lo; que não pretende atropelar os direitos humanos, mas restabelecê-los; e que a segurança não é para matar guerrilheiros ou paramilitares, mas para restabelecer a paz.
O presidente do Medef Internacional, François Perigot, deu as boas-vindas a Alvaro Uribe e informou-lhe sobre o interesse dos empresários franceses pela política que vai realizar.
"Os chefes de empresas franceses serão solidários junto a vocês nas negociações internacionais e principalmente com a União Européia para uma maior compreensão do desafio" que representa a droga e os esforços para erradicá-la.
Depois desta reunião com o Medef, que durou uma hora e meia, Alvaro Uribe e sua comitiva se dirigiriam a Madri, onde continua sua visita.
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