A presença do secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno (PT), na sessão de ontem da Câmara deixou evidente a mudança de clima político no Legislativo e a desconstrução do G-12, ala de vereadores independentes. Alvo de fortes críticas entre dezembro e fevereiro, o integrante do primeiro escalão do governo Carlos Grana (PT) compareceu à plenária apenas para apresentar projeto de sua Pasta aos parlamentares, sem prévio convite, usou a tribuna e não recebeu qualquer questionamento. Pelo contrário. Saiu da Casa logo após o discurso em defesa da proposta.

Após protocolar texto do Executivo, Homero entrou no plenário e falou sobre o projeto que trata de mudanças no conselho municipal de Saúde, adequando pontos com a legislação federal. O petista foi bem recepcionado na Câmara, situação diferente do cenário anterior, quando parte do grupo independente chegou a pedir exoneração do titular da Pasta. Depois de vistorias em equipamentos públicos no fim do ano passado e início deste ano, o bloco prometeu entregar relatório com as falhas no sistema. Os problemas nas unidades chefiadas pelo secretário sequer se inseriram na pauta.

Homero considerou que o caso faz parte “da vida democrática”. “É natural. Existem momentos de tensionamento, fiscalização e cobrança e há outros de trazer soluções, criar alternativas e propor trabalhos conjuntos”, minimizou. Segundo o petista, o episódio ficou no passado e “no calor do debate, o quadro (no setor) foi pintado com cores mais intensas”. “Havia sentimento de questões pendentes. Apontamos série de melhorias, como ampliação da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) pediátrica, inauguração do Hospital Dia no CHM. Eles verificaram que a coisa (na área) está andando”, alegou.

Ao ser indagado sobre a situação, o presidente do Legislativo, bispo Ronaldo de Castro (PRB) – eleito à mesa diretora contra a candidatura do governo e um dos principais adeptos à fritura de Homero –, justificou que componentes da secretaria agiram após ataques parlamentares. “As denúncias que recebemos eram de problemas nos equipamentos. Eles se mobilizaram. Deu uma mudada, abriram a mente. Nenhum ser humano pode se acomodar”, frisou, ao acrescentar que a Casa vai se debruçar para votar o projeto “o mais rápido possível”.

O vereador Evilásio Santana, o Bahia (DEM), afirmou que Homero está “deixando a desejar e tem atrapalhado o governo”. Fato é que com a morte de Cosmo do Gás (PDT) e o diálogo do prefeito visando abrir a gestão a adversários políticos, o G-12 reduziu sua força, assim como aconteceu em 2013. Em duas votações subsequentes, a administração petista obteve vitória após diversos reveses no plenário.

PASSE LIVRE

Os vereadores aprovaram ontem projeto de Passe Livre a estudantes. Apesar da demora, a gratuidade nos sistemas municipais de transporte passou por unanimidade.