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Obra parada tem foco de dengue e lixo

Em Mauá, conjunto habitacional abandonado em 2010 foi invadido e acumula problemas

Daniel Macário
Especial para o Diário
06/03/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Obra de conjunto habitacional abandonada em 2010 virou motivo de preocupação para moradores da Rua Capitão Rufino Ângelo Ramos, no Jardim Itapark Velho, em Mauá. Quem reside na área afirma que equipes da Prefeitura não têm dado respostas em relação à retomada da construção e, enquanto isso, o que se vê ali é lixo e acúmulo de água parada. As intervenções foram interrompidas por conta de questões jurídicas envolvendo a licitação para a contratação da empreiteira, cujo nome não foi informado pela administração municipal.

As moradias não finalizadas foram invadidas após a paralisação. “Moro aqui há quatro anos e sempre foi assim. Pessoal joga entulho e quando a Prefeitura vem, os funcionários só anotam as coisas e não retiram o material”, relata a cozinheira Cleusa de Campos, 56 anos.

Segundo Cleusa, atrás de sua residência fica um dos pontos de descarte irregular. “São garrafas, caixas e, com a chuva, tudo piora.”

Desempregado, Sid Severino, 50, contou que está com medo de a situação piorar com o acúmulo de água. “Já tive suspeita de dengue e fiquei dez dias internado anos atrás. Agora tenho medo quando vejo essa água parada, pois se tornou um foco do mosquito (Aedes aegypti). Pior de tudo é que não consigo descer até o local e fazer nada, pois tenho dificuldades de locomoção.”

Os problemas não acabam por aí. Isso porque muitas residências invadidas sofrem com a precariedade da estrutura. Algumas, por exemplo, não possuem ligação com a rede de esgoto nem registro de água. “Além da sujeira acumulada, convivemos diariamente com o cheiro forte do esgoto”, relata Silvia Maria Souza Ribeiro, 38, que muitas vezes está com seu neto de 7 meses em casa.

Outro risco fica por conta de escadas não concluídas. Moradores colocaram madeiras para improvisar.

Em nota, a Prefeitura de Mauá informou que, antes da paralisação, foi investido aproximadamente R$ 1 milhão, recurso oriundo da Caixa Econômica Federal, na obra do prédio, que tem 20 apartamentos, além de 20 casas sobrepostas que também integram o pacote. Projeto para retomar as intervenções está sendo finalizado e deve ser encaminhado para a Caixa nos próximos dias, segundo o Executivo. A expectativa é que os trabalhos para conclusão das unidades habitacionais sejam iniciados ainda neste semestre.

Questionada se os moradores que invadiram o conjunto habitacional serão retirados, a administração municipal informou que as famílias não serão removidas. Em relação ao entulho e acúmulo de água, a Prefeitura informou que a região foi atendida pelo Programa Nossa Mauá, Cidade Limpa na segunda quinzena de janeiro. Além disso, ressaltou que o entorno está passando por série de benfeitorias, tais como sarjetas e recapeamento de ruas.
 




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