Economia Titulo
Casal adoentado é liberado pelo INSS
Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
30/09/2008 | 07:05
Compartilhar notícia
Fernando Nonato/DGABC


Água, luz, gás, remédios. Este é só o início da lista de contas atrasadas de José Delfino Neto, 50 anos, e Lourdes Lopes Delfino, 48. Há pouco mais de três meses, o casal, que se diz incapacitado de voltar ao trabalho recebeu alta do INSS de São Bernardo. "Se eu realmente tivesse condição de trabalhar não estaria me humilhando e pedindo comida aos vizinhos e parentes, não é justo contribuir a vida toda e passar por isso quando mais se precisa", desabafa José.

Durante pouco mais de um ano, José trabalhou como ajudante de fundição em uma metalúrgica em Diadema. "Eu ficava o tempo todo em contato com fornos e refrigeradores", conta. Devido aos constantes choques térmicos, o ajudante apresentou tendinite, bursite, artrose e problemas na coluna.

Afastado durante quase cinco anos pelo INSS, José toma remédios, faz tratamentos médicos e mesmo assim ainda sente dores e tem dificuldade de locomoção. "Desde junho estou sem receber o benefício, já recorri, mas não consigo uma resposta positiva e a empresa não me aceita de volta", explica.

A última perícia de José foi feita dia 5 deste mês e ele está aguardando o prazo de um mês para recorrer da situação.
Para complicar o quadro, a mulher de José, Lourdes, também está doente. "Trabalhei como ajudante de cozinha, mas não conseguia mais suportar a dor", lembra. Lourdes tem hérnia de disco e não pode ser operada porque tem pressão alta e o risco seria muito grande.

Mesmo doente, Lourdes foi mandada embora do trabalho e recebeu o benefício do INSS por quatro anos. "Quando eu sei que vou ao médico perito fico ansiosa, pois eles nunca têm paciência nem explicam nada. Já me disseram tanta coisa, que há tempo máximo para receber o benefício, que não existe valor máximo, me sinto desinformada", desabafa.

As últimas três perícias tiveram a mesma resposta negativa. A ajudante compareceu ao INSS de São Bernardo há pouco mais de dez dias, mas ainda não sabe o resultado, já que quem está desempregado não é informado do veredicto na hora. "A carta demora mais ou menos 15 dias para chegar em casa, é um tempo de agonia", comenta.

Enquanto o INSS não concede o benefício, o casal vive de doações dos vizinhos e parentes.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;