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Demissões na indústria desaceleram em outubro

Com saldo de 200 postos de trabalho encerrados, região atinge melhor índice de 2016

Por Vinícius Claro
Especial para o Diário
19/11/2016 | 07:20
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Divulgação


Após quatro meses de alta, o ritmo de demissões na indústria diminuiu em outubro e registrou o menor número de cortes do ano, com 200 postos de trabalhado encerrados, de acordo com a pesquisa do Nível de Emprego divulgada por Fiesp e Ciesp (Federação e Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).

O resultado mais ameno de 2016, até então, era o de maio, com 850 demissões. Com a desaceleração, o ritmo de demissões por dia reduziu em relação ao mês anterior, passando de 69 para 64 cortes diários.

Apesar da desaceleração, o nível de emprego da indústria da região está negativo há 21 meses. A última vez em que o setor registrou saldo positivo foi em janeiro de 2015, com 450 postos.

No acumulado do ano, o Grande ABC já reduziu seu efetivo industrial em 9,86%, o que corresponde a 19,2 mil funcionários a menos.

O diretor titular do Ciesp de Diadema, Donizete Duarte da Silva, lamenta o cenário de crise. “Estamos em dificuldades tão grandes que comemoramos números pouco negativos.”

Ele explica que, na prática, não foi sentido esse impacto, e que muitas empresas, sete a cada dez, estão apresentando dificuldade, inclusive em pagar o 13º salário dos empregados.

Silva considera o resultado do mês promissor, mas que pode criar falsa esperança, caso haja aceleração nas demissões. “Os números dos próximos meses podem ser frustrantes.” E de fato as projeções da Fiesp indicam que os próximos dois meses devem registrar aumento do volume de cortes.

A entidade representante das indústrias estimava que 2016 registraria 165 mil dispensas no Estado de São Paulo. Como o resultado de outubro foi considerado positivo, com 6.500 postos encerrados em solo paulista, a Fiesp revisou a projeção para 150 mil. Assim, como o acumulado do ano está em 92 mil vagas encerradas, são esperadas mais 58 mil demissões.

Se o número se confirmar, o Grande ABC deve continuar correspondendo a 20,9% das demissões do Estado, e os próximos dois meses podem registrar baixa de 12 mil trabalhadores na indústria.

Para o diretor titular em exercício do Ciesp de São Bernardo, Mauro Miaguti, essa expectativa pode se confirmar nos próximos meses. “A perspectiva para o fim do ano era de que houvesse melhora significativa em relação ao que já vinha acontecendo mas, infelizmente, não aconteceu.”

Para Miaguti, há boa vontade e forte expectativa do setor empresarial em estancar as demissões para retomar, progressivamente, as contratações. Mas essa inversão não está se comprovando na prática.

DA LANTERNA AO BRONZE - A diretoria regional de Santo André (que também compreende Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra) teve o terceiro melhor resultado percentual de outubro, com alta de 0,90%, atrás apenas de Matão (1,92%) e Santos (1,75%).

O resultado acontece após as quatro cidades da região registrarem o pior resultado de setembro, com baixa de 4,14%, correspondente a 1.950 trabalhadores.

Em outubro, a indústria andreense contratou 400 funcionários. Os setores que puxaram o crescimento foram produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (9,8%) e produtos de borracha e de material plástico (0,82%).

São Caetano e Diadema também apresentaram crescimento na geração de postos de trabalho, de 100 e 50, respectivamente.

Em São Caetano, o resultado foi influenciado pelos setores de veículos automotores e Autopeças (0,50%); produtos alimentícios (0,32%) e produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (0,59%). Em Diadema, destaque para máquinas e equipamentos (2,26%) e produtos têxteis (2,55%).

São Bernardo foi a única cidade do Grande ABC a demitir, e responsável pelo índice regional estar negativo, com 750 cortes, influenciada pelos segmentos de veículos automotores e autopeças (-2,30%). produtos de minerais não metálicos (-1,27%), produtos químicos (-0,13%) e produtos de borracha e de material plástico (-0,72%). 




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