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Cresce o número de homicídios em Diadema
Glauco Araújo
Do Diário do Grande ABC
27/05/2001 | 19:00
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  O índice de homicídios em Diadema apresentou escala crescente no primeiro quadrimestre do ano. Os pesquisadores do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, que faz pesquisa sobre a violência na cidade, e comandantes das polícias Civil e Militar do município apontam como principal causa para o aumento o elevado consumo de bebidas alcoólicas em função do calor, que se prolongou até abril. No mês passado, a Delegacia Seccional de Diadema registrou 32 mortes por assassinato. Em comparação com o mês anterior, quando foram registradas 24 vítimas, houve aumento de 38%. Em janeiro foram 21 assassinatos e em fevereiro, 23.

Apesar de apresentar crescimento em abril, o que não é comum, a incidência desse tipo de crime no primeiro quadrimestre do ano passado é igual à registrada no mesmo período deste ano, com 93 homicídios. O local onde mais se mata em Diadema é o bairro Eldorado, com oito homicídios registrados, seguido do Jardim Marajá, com seis casos, e Jardim Ruyce, Centro e Vila Nova Conceição, todos com cinco registros. Jardim Canhema e Serraria vêm em seguida, com quatro homicídios.

Preocupados com o aumento, os comandos do 24º Batalhão da Polícia Militar de Diadema, da Delegacia Seccional e da Coordenadoria da Defesa Social planejam estratégias de combate nos locais onde costumeiramente ocorrem as mortes, como bares, boates e casas noturnas, com operações policiais e de fiscalização. Segundo a polícia, a alta temperatura leva as pessoas para esses locais.

Em uma das reuniões realizadas na Câmara de Diadema, na semana passada, o tenente-coronel Luiz Carlos Barreto de Oliveira, comandante do 24º Batalhão da PM, disse que o policiamento no município será feito nos bairros onde há maior incidência de homicídios. “Não adianta termos os dados e não analisá-los. O soldado sabe onde os crimes acontecem, mas se deixarmos por conta deles, os policiais vão para onde não acontece nada. Vamos incentivá-los e torná-los responsáveis pela área em que atuam.”

O delegado Maximino Fernandes Filho, coordenador da Defesa Social, acredita que o trabalho em conjunto das polícias Civil e Militar pode ter o apoio da participação de fiscais da Prefeitura. “Apesar das dificuldades da polícia, vamos liberar os fiscais e funcionários da Vigilância Sanitária para acompanhar as operações policiais. Conhecemos os números da violência de abril e estamos preocupados com esse crescimento.”

Para fechar o cerco aos estabelecimentos que estiverem em situação irregular e que forem fechados nas operações policiais – previstas para começar nesta semana –, os investigadores da seccional darão continuidade ao trabalho do policiamento no dia seguinte. “Os proprietários que reabrirem os estabelecimentos serão autuados criminalmente por desobediência”, explicou o delegado seccional de Diadema, Reinaldo Corrêa.




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