Uma das principais empresas de veículos off-road do mundo resolveu vir de vez para o Brasil. Antes representada apenas por importadoras, a Polaris fez as malas e chegou à Capital paulista com subsidiária oficial. Além de explorar a diversão e a competição que os quadriciclos proporcionam, a empresa norte-americana deseja explorar a imagem do veículo como meio de transporte de cargas ou de locomoção em terrenos acidentados.

"O Brasil é um País de essência off-road e observamos que possui mais de 80% de estradas não asfaltadas. Além disso, tem na agricultura um de seus grandes negócios. Por isso identificamos este mercado com grande potencial visto os ótimos números que mostram nos segmentos de automóveis e motocicletas", explicou o diretor-geral da companhia, Rodrigo Lourenço.

O executivo sabe que terá trabalho duro pela frente para massificar um produto que tem coração esportivo como veículo de trabalho. Para isso, colocou no mercado uma extensa gama de quadriciclos, também chamados de ATVs, e também side-by-sides, conhecidos como UTVs. Para se ter uma ideia do poderio de carga que um UTV pode aguentar, vamos usar como exemplo o modelo Ranger XP 800 EPS, que está nas concessionárias por R$ 54.990. Ele tem capacidade de rebocar 907 quilos. Isso mesmo, o veículo que traz motor de 800 cm³ consegue transportar volume de quase uma tonelada.

A família Ranger é composta por modelos com propulsores que vão desde os 400 cm³ até os 900 cm³. Vale destaque para o Ranger 800 6X6 Big Boss (R$ 46.990), que tem seis rodas tracionadas. Já o Ranger Diesel Crew pode levar até seis ocupantes para os mais diversos terrenos.

No entanto, a linha da Polaris voltada para o trabalho tem como diferencial um veículo com sistema de propulsão 100% elétrico. O Ranger EV 4X4, que custa R$ 39.990, desenvolve 30 cv e tem transmissão direta com ruído reduzido - nada divertido para quem gosta de ouvir o roncar de um motor. "Faz parte do DNA da marca investir em veículos limpos, que não agridam o meio ambiente", exaltou Lourenço.

COMPETIÇÃO

Quando o trabalho termina é hora da diversão, ou melhor, competição - carro-chefe da linha RZR. O bam bam bam da gama atende pelo nome de RZR XP 4 900. Esta sopa de letrinhas e números tem vocação para as corridas. Basta observar os 89 cv entregues pelo propulsor de 875 cm³ de quatro tempos. O modelo é de arregalar os olhos até com relação ao preço - R$ 83.490, o mais caro de toda linha que a Polaris traz para o País.

Esportividade também é encontrada na linha Sportsman de quadriciclos, que implicam em maior habilidade dos braços do que dos pés. Misturando robustez e tecnologia, o Sportsman Touring 850 EPS (R$ 43.990) tem bloco a gasolina monocilíndrico e direção elétrica - componente presente em diversos modelos da marca.

Os fãs mirins de velocidade fora de estrada também podem se divertir. Há opções de modelos de 49 cm³ para a molecada que já quer comer poeira. O Outlaw 90, inclusive, tem carenagem rosa, um mimo para as meninas que está no mercado por R$ 12.490.

Adrenalina com muita poeira

Trabalhar de quadriciclo deve ser uma beleza - ficar levando carga para lá e para cá de UTV também parece ser bacana. Estes veículos têm mais graça - e adrenalina - levantando poeira nas trilhas. Foi isso o que o Diário teve o prazer de experimentar na Fazenda Serra Azul, em Itupeva (SP).

Para quebrar o gelo e pegar algumas manhas, o modelo escolhido para os primeiros testes foi o Sportsman 850. Há de se confessar ser estranho controlar a aceleração do brinquedinho com o polegar direito. Depois de alguns quilômetros, no entanto, as coisas já ficam mais fáceis e é só aproveitar o passeio.

Deixando o braço descansar um pouco, é hora de controlar as ações nos pedais. O Ranger Diesel 900 serve de boa experiência off-road, principalmente quando o terreno é repleto de lama e curvas fechadas.

Entretanto, o modelo não é tão divertido quanto o RZR S 800. Mais leve e fácil de ser conduzido, o UTV com motor de 760 cm³ proporciona boas acelerações ao coração.

Mas nada se compara a ficar de carona com um piloto profissional. A bordo do RZR XP 4 900, os saculejos são muito mais divertidos. Curvas insinuantes e obstáculos elevados são fichinha para o piloto de testes Nuno Fojo. Desta forma pode se ter sensação semelhante a encontrada em grandes competições off-road, como o Rally dos Sertões.