Política Titulo Corrida Presidencial
Marina e Campos
resgatam força da 3ª via

Dupla socialista tende a evitar corrida polarizada
ao Planalto; especialista cogita PSDB como azarão

Por Rogério Santos
Do Diário do Grande ABC
21/10/2013 | 07:00
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Da AE


Nunca se enalteceu tanto o poder de uma terceira via na corrida presidencial quanto agora, depois que a ex-senadora Marina Silva decidiu se unir ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e, pelo PSB, ameaçar a polarização desenhada entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o senador Aécio Neves (PSDB).

A história política brasileira pós-redemocratização apresenta poucos quadros de terceira via que realmente ameaçaram favoritismos. A própria Marina foi uma das exceções quando, em 2010, conquistou 19,33% da preferência do eleitorado e foi fiel da balança para levar o duelo entre Dilma e o ex-governador paulista José Serra ao segundo turno (veja ao lado quadro com resultados de primeiro turno de eleições presidenciais desde 1989).

Para especialistas, a força da união entre Marina e Campos pode provocar outra quebra de regras na política nacional: colocar o PSDB como azarão, numa briga protagonizada pela dupla socialista e Dilma.

Cientista política e professora da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos), Maria do Socorro Sousa Braga ressalta que a consolidação da parceria Marina-Campos e a indefinição no ninho tucano quanto à candidatura de Aécio podem fazer com que o PSDB “fique fora do segundo turno. “O PSDB ainda está numa movimentação bastante tímida”, avalia.

A última vez em que um tucano não protagonizou o pleito presidencial foi justamente na reabertura democrática do País, em 1989. O PSDB tinha como candidato Mário Covas, senador constituinte. Ele sucumbiu naquela eleição: teve 7.790.392 votos (10,78% de preferência) e ficou em quarto lugar, atrás de Fernando Collor de Mello (eleito presidente pelo PRN, com 22.611.011 votos), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Leonel Brizola (PDT).

ESQUECIMENTO

Marina e Campos terão também de quebrar a escrita de que, geralmente, a terceira via numa eleição presidencial não consegue se manter ativa no cenário político e vê chances de comandar o Brasil se esvaírem.

Foi justamente o que aconteceu com os terceiros colocados nas eleições de 1998, 2002 e 2006, quando Ciro Gomes (pelo PPS, recebeu 7.426.190 votos), Anthony Garotinho (pelo PSB, 15.180.097 votos) e Heloísa Helena (pelo Psol, 6.575.393 votos) viram a carreira política declinar.

Ciro voltou a disputar o pleito em 2002 e ficou em quarto lugar na corrida que conduziu Lula finalmente ao poder. Apoiou o petista, virou ministro da Integração Nacional, mas eleitoralmente sumiu do cenário nacional. Em 2010, cogitou concorrer novamente ao Palácio do Planalto e admitiu até brigar pelo governo de São Paulo, porém refugou em ambas as situações.

Garotinho hoje é deputado federal pelo PR carioca e pretensões à Presidência da República se reduziram após inúmeras denúncias de corrupção em seu governo no Rio de Janeiro.

Já Heloísa Helena, que já foi senadora, agora é vereadora por Maceió, em Alagoas.




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