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O dinheiro é nosso, mas está com eles

O governo injetou dinheiro na economia para combater a crise; mas, na hora de injetar dinheiro no bolso do consumidor, o governo atrasa

Por Carlos Brickmann
11/10/2009 | 00:00
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O governo federal injetou dinheiro na economia para combater a crise: reduziu, por exemplo, os impostos de carros, geladeiras e fogões, beneficiando as empresas que os produzem (e, por tabela, garantindo a manutenção dos empregos no setor). Mas, na hora de injetar dinheiro diretamente no bolso do consumidor, sem beneficiar diretamente empresa nenhuma, com a devolução do Imposto de Renda retido a mais na fonte, o governo atrasa. O atraso já é ruim. Talvez pior que isso seja a explicação do ministro da Fazenda, Guido Mantega: o contribuinte não será prejudicado, porque a devolução atrasada terá os juros Selic.

A taxa Selic é aquela que o governo paga quando vende seus títulos - pouco mais de 8% ao ano. O consumidor que tiver de usar o cheque especial para honrar suas contas, devido ao atraso na devolução do Imposto de Renda que pagou em excesso, vai morrer com mais do que isso por mês. A explicação do governo, dada pelo professor de Economia Guido Mantega, não resiste à pergunta de qualquer estudante de Economia do primeiro ano (e nem precisa ser daqueles alunos aplicadíssimos): se o governo paga a taxa Selic sobre os atrasados, por que não vender títulos, pagando a mesmíssima taxa Selic, para devolver o Imposto de Renda na data certa, sem prejudicar os contribuintes que cumpriram seu dever?

Imaginemos a situação oposta: o contribuinte, com doença na família, sem emprego, atrasa o pagamento do Imposto de Renda. Taxa Selic? Não, nada disso: aí há multas pesadas. É o que se chama de igualdade de todos perante a lei.

QUEM PAGA O MST
Dúvida sobre a fonte de recursos do MST? É fácil esclarecê-la: a foto do líder João Pedro Stedile em carro oficial do governo do Pará (governado por Ana Júlia-PT), com a inscrição "uso exclusivo em serviço", está em http://www.presskit.com.br/remoto_template_processa.php?cliente=157&canal=1830&news=75055&k=55baa233d1f4679d4b429fa0b158bfb4&url=http%3A%2F%2Fwww.brickmann.com.br%2Fler_release.php.

MAURÍCIO NA REDE
Essa vale a pena conferir: Maurício de Sousa, o mais popular dos criadores brasileiros de quadrinhos - entre os personagens feitos por ele estão Cascão, Cebolinha e Mônica -, é entrevistado hoje por Marco Lacerda, na Rádio Inconfidência de Minas, às 21h, no programa Frente-Verso. O programa pode ser ouvido também pela internet, no endereço oficial da rádio mineira (www.inconfidencia.com.br).

SEGREDOS OFICIAIS
A maciça campanha publicitária Memórias Reveladas, do governo federal, (www.memoriasreveladas.gov.br), pedindo a cada cidadão que tenha documentos sobre os desaparecidos políticos de 1964 a 1985 que os entregue ao Arquivo Nacional, não tem sentido neste momento. O governo tem arquivos sobre o período, mais ricos que os de qualquer cidadão, que se recusa a abrir. Neles, quase com certeza, há informações valiosas sobre a repressão aos opositores da ditadura. Por que não os abre, permitindo que se escreva a história recente do País? Como diz a propaganda, os parentes dos desaparecidos têm o direito sagrado de enterrar seus mortos. O governo federal tem condições de ajudá-los - se quiser.

A PALAVRA DA ALSTOM
Com relação a nota publicada nesta coluna no último domingo, a Alstom - multinacional de origem francesa que vem sendo investigada internacionalmente pela suspeita de oferecimento de propinas, parte delas a membros do governo paulista, à época já controlado pelo PSDB - envia a seguinte carta: "com relação à nota publicada por Carlos Brickmann em 4 de outubro, a Alstom esclarece que há uma investigação em curso na Suíça, França e Brasil, mas até o momento a empresa não foi indiciada neste processo, o que não justifica o tratamento que vem recebendo. Especialmente sobre a Argentina, a Alstom como parte integrante do consórcio Veloxia, foi adjudicada em um contrato na Argentina para o fornecimento de um trem de alta velocidade entre as cidades de Buenos Aires, Rosário e Córdoba.Este contrato, assinado em abril de 2008, é o resultado de um processo de licitação da Secretaría de Transporte de la Nación iniciado em 2006. Em nenhum ponto deste processo a Alstom foi objeto de investigação, denúncias judiciais ou administrativas. Também não recebeu pedidos de informação por parte de nenhuma organização pública e muito menos se negou a dar informações referentes ao objeto desta licitação. Philippe Delleur - Presidente da Alstom no Brasil".

MAS QUE TEM, TEM
Mas no caso da Alstom há pelo menos uma denúncia na Argentina, sim: o advogado Ricardo Monner Sans denunciou ao juiz federal Octavio Aráoz de Lamadrid irregularidades em duas linhas ferroviárias de alta velocidade.

COISA BOA - MAS QUE NOME!
Um portal israelense se propõe a fornecer qualquer número telefônico ou endereço de e-mail de qualquer lugar do mundo, em 12 idiomas, inclusive o Português. Seu nome (é este mesmo!): Picaphone. Endereço: www.picaphone.com




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