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Alemanha entra para o Conselho de Segurança da ONU
Por Da AFP
30/12/2002 | 09:43
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A Alemanha quer fazer escutar a voz da Europa no Conselho de Segurança da ONU, do qual será membro não-permanente a partir de 1 de janeiro por um período de dois anos. A adesão acontece justamente quando o órgão tem importante missão na decisão de uma guerra dos Estados Unidos contra o Iraque.

Quatro Estados membros da UE vão fazer parte do Conselho: Espanha e Alemanha serão membros não-permamentes junto com outros países, enquanto que a França e a Grã-Bretanha são permanentes, assim como os Estados Unidos, Rússia e China.

Se as quatro vozes européias conseguirem entrar em acordo, podem ter um certo peso, já que são necessários nove votos para aprovar uma resolução, destacaram fontes diplomáticas em Berlim. E somente os membros permanentes do Conselho de Segurança têm direito a veto.

Nada na resolução 1.441 que ameaça Bagdá com "graves conseqüências" em caso de violação de seus compromissos com os inspetores de desarmamento da ONU diz que é necessária uma segunda resolução para se dar início aos ataques.

Mas a França atua neste sentido desde que começou a crise e se esforça para esgotar os recursos diplomáticos, querendo associar a legimitidade de um possível ataque a Bagdá ao apoio unânime do Conselho de Segurança.

Na prova que se vislumbra, a Alemanha pensa em "trabalhar muito, de forma muito ligada com a França" no Conselho de Segurança, afirmou recentemente o chanceler Gerhard Schroeder. Vantagem não desprezível é o fato de que os dois países vão se revezar na presidência do órgão em janeiro e fevereiro e terão que elaborar a agenda.

Washington pressionou para isolar Berlim, já que Schroeder, em plena campanha eleitoral, foi o único aliado ocidental que descartava totalmente a participação da Alemanha em uma guerra contra o Iraque.

Durante semanas, nas reuniões internacionais de autoridades, os representantes americanos ignoraram ostensivamente os colegas alemães. As relações bilaterais, tradicionalmente estreitas desde o fim da Segunda Guerra Mundial, estão longe de ter a proximidade de antes. Richard Perle, um influente representante do Pentágono, foi explícito quando disse em uma entrevista que um não ou uma abstenção da Alemanha em uma possível votação no Conselho de Segurança seria o equivalente a dar apoio a Saddam Hussein.

A oposição de Berlim a uma guerra parece entretanto ter mudado um pouco. Em uma entrevista ao semanário Der Spiegel nesta segunda-feira, o ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, não descartou que seu país aprove no Conselho de Segurança da ONU uma possível guerra contra o Iraque.

Questionado sobre se a Alemanha votaria contra um ataque a Bagdá, Fischer declarou: "ninguém pode fazer previsões, mas ninguém sabe como e em que circunstância o Conselho vai discutir a questão". Apesar disso, deixou claro que a Alemanha não participará militarmente em uma intervenção.




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