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Sem Aliança, candidatos usam PRTB de trampolim na região

Diante da dificuldade para formalização, partido idealizado por Bolsonaro vê aliados lançarem plano na sigla do vice

Daniel Tossato
Do Diário do Grande ABC
05/04/2020 | 00:01
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Marcelo Camargo/Agência Brasil


Sem a formalização do Aliança Pelo Brasil – idealizado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) –, diante da falta de assinaturas necessárias no prazo estipulado pela Justiça Eleitoral, pré-candidatos considerados bolsonaristas do Grande ABC sinalizam utilizar como trampolim projeto pelo PRTB, sigla do vice-presidente da República, Hamilton Mourão. Apesar da manobra, o plano do grupo de lançar nomes à disputa majoritária também naufragou na região.

Ao menos nos dois maiores colégios eleitorais do Grande ABC, São Bernardo e Santo André, o caminho mais pavimentado é que os postulantes à vereança migrem ao PRTB para concorrer no pleito. Segundo o coordenador do Aliança e integrante da ala política bolsonarista na esfera regional, Paulo Chuchu, a decisão foi tomada a partir da proximidade do partido com Bolsonaro.

“Decidimos que o PRTB tem plena condição de lançar os candidatos na região. A grande maioria (do grupo) já se filiou no partido na última semana antes do encerramento da janela. Como era legenda que sempre esteve próxima do presidente, achamos que poderia ser caminho lógico, até devido a não formalização do Aliança”, disse o coordenador, que também atua como assessor do deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho ''03'' do presidente.

O Aliança Pelo Brasil arquitetava apresentar candidatos majoritários em todas as sete cidades. O plano ficou prejudicado devido a não formalização da sigla neste ano. O novo partido foi projetado por Bolsonaro para abrigar a ala bolsonarista do PSL, que entrou em rota de colisão com o dirigente nacional da legenda, Luciano Bivar (PSL). Para concretizar a ideia, Bolsonaro tentou angariar as 500 mil adesões necessárias para formar o Aliança utilizando a internet, mas acabou sendo barrado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Em atualização mais recente, a Corte informou que identificou assinaturas de eleitores mortos na lista de apoios apresentada pelo partido. “Decidimos, em um primeiro momento, não disputar as vagas de prefeito, mas continuamos com o plano de lançar (candidatos a) vereadores em todas as cidades.” 

No Grande ABC, o espólio bolsonarista é disputado por políticos que ainda permanecem no PSL, ex-sigla do capitão reformado, e por aqueles que defendem que seguirão o presidente seja em qual partido for. Em São Bernardo, por exemplo, o deputado estadual – com domicílio eleitoral na cidade – Coronel Nishikawa (PSL), que faz parte da ala bolsonarista, já avisou que não irá participar da eleição. Segundo o parlamentar, nem o PSL nem políticos ligados a Bolsonaro o consultaram para montar as chapas. Vereador no município, Rafael Demarchi (ex-Republicanos) se filiou ao PSL com intenção de se colocar como prefeiturável, após ser convidado pelo presidente paulista da sigla, deputado Junior Bozzella (PSL), que pertence à ala bivarista.

“O Bolsonaro não apoia o PSL no Grande ABC. Há grande quantidade de pessoas na região que permaneceram no PSL e que se dizem bolsonaristas. Isso não é verdade”, alfinetou Paulo Chuchu.




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