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Bateria pirata aumenta risco de explosão
Por Adriana Ferraz
Do Diário do Grande ABC
05/04/2006 | 08:10
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A terceira explosão de um aparelho celular no período de um mês, ocorrida em 31 março, em São José do Rio Preto, assusta a população que utiliza o serviço de telefonia móvel no país. Os demais casos ocorreram em Araraquara (SP) e Rio de Janeiro. As vítimas sofreram pequenas escoriações e queimaduras leves. Segundo o professor do Departamento de Telecomunicações da FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), Marcelo Zanatelli, os problemas devem ter ocorrido em função da utilização de baterias ou carregadores piratas.

Na maioria dos casos registrados, os aparelhos estavam sendo carregados no momento da explosão. Para Zanatelli, isso serve para alertar os consumidores sobre produtos eletrônicos falsos. “Em perícias já realizadas, foi constatado que a bateria não era original. Esse é um ponto-chave para o entendimento do problema”, afirma.

De acordo com fabricantes, a bateria certificada oferece proteção ao consumidor por possuir dispositivos internos de segurança, como blindagem e estrutura reforçada. Essa condição impede que, mesmo em curtos-circuitos, ocorra a explosão. “Normalmente, o celular pode superaquecer, expandir, mas explodir mesmo é quase impossível, algo como ganhar na loteria, por exemplo”, afirma o professor.

Além da qualidade da bateria, o consumidor deve se ater também para o carregador utilizado. É preciso ter cuidado com as peças vendidas nas ruas, principalmente nos faróis. “O original impede que entre mais energia do que o suficiente no aparelho. Em média, são necessárias apenas duas horas para carregar a bateria. Mas quando se usa produtos piratas essas condições não são respeitadas e as probabilidades de acidentes aumentam”, diz.

Existem mais de 80 milhões de linhas móveis no Brasil, segundo dados do Ibope (Instituto Brasileiro de Opinião Público e Estatística). De acordo com Zanatelli, isso prova que não é necessário se criar nenhum tipo de pânico na sociedade. “Até agora registrou-se somente 12 casos de acidentes envolvendo celulares. Esse número é insignificante em relação ao total de aparelhos”, analisa.

Nota fiscal - Para evitar acidentes e danos à saúde, a primeira dica é comprar apenas produtos que ofereçam garantia de procedência. Segundo o chefe de gabinete do Procon de São Paulo, Paulo Arthur Lencioni Góes, celulares piratas ou contrabandeados não garantem os direitos do consumidor. “A nota fiscal só é dada em compras legais. Sem esse documento, o cliente não pode fazer nenhum tipo de reclamação”, declara.

Segundo o Procon, a leitura do manual de instruções também é essencial. “Confira quais são as recomendações para recarregamento de bateria e, em caso de dúvida, ligue para o serviço de atendimento ao consumidor”, explica Góes. Para fazer uma reclamação formal ou pedir uma reparação de danos junto ao fabricante, tenha provas sempre à mão.

Cuidados

l Utilize sempre produtos originais: não compre baterias ou carregadores falsos. Eles podem ser responsáveis por explosões;

l Não deixe o celular em contato direto com a água para evitar problemas de oxidação;

l Evite carregar o celular perto de materiais inflamáveis;

l Não deixe o celular por muito tempo exposto ao sol para evitar que os componentes do aparelho queimem;

l Leia com atenção o manual de instruções e siga todas as recomendações estabelecidas.




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