Ninguém pode dizer que o deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-São Bernardo) não tentou. Após garantir mais um mandato em Brasília, na eleição de domingo, com 141.068 votos, fez ontem o que deveria ser feito por todo parlamentar a partir de agora: voltar a atuar no Parlamento. O petista contou, em sua página no Twitter, que já estava no plenário da Câmara, na expectativa da realização de mais uma sessão ordinária. Uma horas depois, ele voltou para o computador, com a notícia de que, em uma reunião de líderes dos partidos em Brasília, aconteceu o que qualquer cidadão comum já imaginava: com o plenário às moscas, não haveria votação alguma.

Por falta de quórum, nada se falou ou se discutiu na Casa de Leis ontem. A única coisa que ficou resolvida é que ninguém pisa em Brasília antes da decisão do 2º turno, no dia 31. Ainda bem que avisaram o Vicentinho, porque fazer o deputado ir para lá e não ter ninguém do lado para conversar é uma grande maldade...

Culpado nº 1
A maior parte dos políticos derrotados para uma cadeira de deputado federal por São Paulo já encontrou o principal derrotado pela derrocada nas urnas: é o palhaço Tiririca (PR), que foi eleito com mais de 1,3 milhão e só não ganhou da votação histórica de Enéas Carneiro de 1,5 milhão de sufrágios. Para todos, quando questionados, a reposta é que Tiririca ‘roubou' os votos que seriam para eles. Pelo visto, se somassem todos esse votos que os não eleitos dizem que teriam, Tiririca deveria ter conquistado, então, mais de 3 milhões de votos...

Bom presságio
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) julgou ontem processo semelhante ao da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB-Mauá), que teve registro indeferido por conta de ter passado a usar sobrenome Orosco, após casamento. A candidata Marcilei Garcia (PTN) - que teve 264 votos no domingo - adotou o sobrenome Gatto e também não apareceu na lista oficial do Tribunal. Ontem, os ministros livraram Marcilei, o que pode ser bom presságio para Vanessa. Se a decisão for mantida, a peemedebista volta a ter cadeira no Legislativo.

Com a batata quente
Após a derrota nas urnas do deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB-Diadema), já começa a discussão sobre quem será o candidato à sucessão de Mário Reali (PT) em 2012, pela lado da oposição. Sem mandato a partir do ano que vem, José Augusto ainda carrega nas costas as duas derrotas seguidas para o comando do Paço por candidatos do PT (Reali em 2008 e José de Filippi Júnior em 2004). Vereadores da legenda iniciaram briga silenciosa sobre quem ficará com a missão de tentar tirar a Prefeitura das mãos do PT.