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Candidatura de Barbosa deve causar saia justa para França

Socialista tomou posse ontem e já pode lidar com dois palanques nas eleições deste ano

Por Humberto Domiciano
Do Diário do Grande ABC
07/04/2018 | 07:00
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A possível candidatura à Presidência do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa pelo PSB tende a ser a primeira saia justa do novo governador de São Paulo, Márcio França (PSB), então vice e empossado ontem como chefe do Palácio dos Bandeirantes. Isso acontece porque França corre o risco de ter que aparecer em dois palanques: além de Barbosa, Geraldo Alckmin (PSDB), que formalizou a transferência do cargo, também concorrerá ao Planalto e é aliado político do socialista.

Na visão do deputado federal mineiro e líder do PSB na Câmara Federal, Júlio Delgado, a questão não deve causar embaraços. “Temos uma relação boa com o Geraldo Alckmin. Mas é questão legítima e da mesma forma ele sabe que podemos ter Joaquim Barbosa como candidato e teremos que ter palanque aqui (em São Paulo). Ao mesmo tempo vejo que o Márcio e o Geraldo fizeram um processo juntos e já ressaltaram a importância da lealdade e gratidão”, definiu. Coincidentemente, Alckmin também terá palanque duplo no Estado, com Márcio e o tucano João Doria.

Nos discursos realizados na cerimônia de mudança de bastão do governo paulista, Alckmin e França adotaram tons diferentes. O tucano falou mais abertamente sobre a candidatura a presidente no pleito. “É o ponto de largada para uma nova fase e desafiadora missão. Deixo o governo do Estado para me apresentar nos próximos meses ao eleitorado brasileiro. Esta é eleição definidora para o futuro do País, não estão apenas em jogo os próximos quatro anos, mas as perspectivas de uma geração”, analisou.

França teve, por sua vez, fala mais genérica e ressaltou a lealdade prestada ao governo Alckmin. “Sou e serei leal ao seu legado, à sua conduta e exemplo certeiro, sua humildade e retidão”, elogiou. O evento contou com a presença do senador José Serra, do ex-governador Alberto Goldman (ambos do PSDB) e dos prefeitos da região José Auricchio Júnior (PSDB, São Caetano), Atila Jacomussi (PSB, Mauá), Lauro Michels (PV, Diadema) e Gabriel Maranhão (PSDB, Rio Grande da Serra), além do deputado Alex Manente (PPS).

O novo governador afirmou, em entrevista, que mudanças no secretariado serão anunciadas aos poucos. “A partir da semana que vem, com calma, vou discutir com o Alckmin. É um governo de continuidade, não há pressa para nada e vamos anunciando gradativamente”, ponderou França. Ele remanejará boa parte dos secretários para acomodar apoiadores de sua candidatura à reeleição. 




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