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Empréstimo consignado pode achatar orçamento
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
24/04/2010 | 07:00
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Os empréstimos com desconto em folha representam hoje 57% do crédito no País. Com as menores taxas do mercado, juros de cerca de 2,5% ao mês, eles tornaram-se a opção de 88,9% dos aposentados, crescendo 37% apenas no primeiro trimestre. No entanto, especialistas afirmam que a decisão de contratar o serviço requer cuidados, ou o consumidor pode acabar com dívidas que provam o achatamento do salário.

"Pesquisa da Associação Comercial de São Paulo mostra que 55% das pessoas que utilizam o crédito o fazem para pagar dívidas. Mas a facilidade de aquisição desse financiamento faz com que muitos o utilizem para suprir despesas do dia a dia e não pode ser assim. Muitas pessoas têm se endividado muito com isso", aponta o professor de Economia da Escola de Negócios da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Radamés Barone.

Segundo o educador financeiro Antonio de Julio, um dos criadores do método Moneyfit de administração das finanças pessoais, o problema surge porque a maioria dos que contratam o serviço compromete o limite máximo da renda permitida, de cerca de 30% do valor do orçamento mensal.

"As pessoas esquecem que a vida não tem ciclo linear, isto é, algum evento inesperado pode ocorrer, e quem não tem bote salva-vidas, ou uma reserva financeira, vai naufragar", afirma, lembrando que a perda de emprego, problemas de saúde ou, até mesmo, a necessidade de levar o carro ao mecânico para manutenção emergencial podem arruinar as finanças de quem vive nesta situação.

Segundo os educadores, os idosos são o filão preferido dos bancos para esse serviço e acabam tornando-se vítimas fáceis do superendividamento (leia mais ao lado). "Os aposentados são o grande público porque não têm a cultura dos juros, não param para pensar. Caem no canto da sereia", alerta Julio.

Para evitar o problema, os especialistas atestam que é indispensável planejar muito bem antes de efetuar qualquer tipo de financiamento. É necessário tentar parcelar sem juros, fazer consórcios no lugar de financiamento. O primeiro carro não precisa ser zero. Compre usado para diminuir o valor. É pensar um pouco antes de pegar esse crédito. Senão, ao invés de benefício será um problema.




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