A Estação Primeira de Mangueira tirou ontem o grito de “é campeã” da garganta, guardado há 13 anos, e conquistou o 18º título de sua história no Carnaval carioca. A agremiação, que foi prejudicada pela chuva e ficou em 10º lugar em 2015, levou neste ano para a passarela da Sapucaí o enredo Maria Bethânia – a Menina dos Olhos de Oyá, em homenagem à cantora baiana Maria Bethânia

A dois quesitos do fim da apuração, realizada na Praça da Apoteose, as escolas Mangueira e Salgueiro estavam empatadas na liderança, com 209,8 pontos. A verde-rosa se isolou no primeiro lugar no último quesito, alegorias e adereços. A escola Unidos da Tijuca ficou em segundo lugar (269,7 pontos) e a Salgueiro, em 4º, atrás da Portela.

A última colocada do Grupo Especial foi a Estácio de Sá, com 265 pontos, e será rebaixada para o Grupo de Acesso Série A no Carnaval de 2017.

A Mangueira fez desfile de luxo e sofisticação, fechando a segunda noite do Grupo Especial do Rio. Houve presença de muitos artistas, inclusive da própria Bethânia, que já passou pelo sambódromo uma vez com a escola, em 1994.

O lado religioso da cantora foi inspiração forte para o carnavalesco Leandro Vieira, que estreou neste ano vindo da Série A e foi bastante elogiado. A comissão de frente era formada por 15 bailarinas negras com figurino ousado, que deixava os seios à mostra, como guerreiras Oyá – orixá da valentia. A primeira porta-bandeira, Squel, apareceu “careca”, com touca de látex que cobria a cabeça. Ela se apresentou vestindo fantasia representando o axé do candomblé. Destaque alegórico foi o carro com enorme carcará, ave que deu nome à música que projetou Bethânia nacionalmente.

O último título da Mangueira foi em 2002, com o enredo Brazil Com ‘Z’ é Pra Cabra da Peste, Brasil com ‘S’ é a Nação do Nordeste. Emocionado, o presidente da escola, Chiquinho da Mangueira, disse que o título representa “o resgate da nação mangueirense.”