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Jogo do Desmaio pode matar

Brincadeira que virou febre nas redes sociais coloca a vida em risco e não tem apoio dos jovens

Bruna de Grande
Do Diário do Grande ABC
05/10/2014 | 07:00
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Está bombando nas redes sociais uma brincadeira muito perigosa: o jogo do desmaio. O objetivo é ter sensações de tontura, leveza, alucinações e desligamento do mundo real com perda de sentidos. Essa prática pode causar graves consequências e levar à morte. Ainda assim, há quem ache tudo isso divertido.

O assunto tornou-se frequente nas escolas, mas divide opiniões. Para Karina de Grande Candido, 13 anos, de Santo André, não há graça alguma em ver alguém passar mal. “Isso não tem fundamento nem deveria existir.”

No Brasil, ainda não foi registrado ou divulgado nenhum caso de morte. Mas na França o jogo mata cerca de dez jovens por ano, segundo a Apeas (Associação de Pais de Crianças Acidentadas por Estrangulamento).

CONSEQUÊNCIAS - Alexandre Hirata, hebiatra da Faculdade de Medicina do ABC, explica que o jogo pode causar a morte por meio de parada cardíaca em razão da falta de ar, já que diminui o fluxo sanguíneo no cérebro e afeta a oxigenação.

Outro fator grave é o traumatismo craniano, causado pela possível queda ao perder a consciência. Houve um caso no Brasil em que os amigos não conseguiram segurar a colega quando desmaiou. A menina bateu a cabeça e precisou ser levada ao hospital.

“A brincadeira também pode causar convulsão, sequelas neurológicas e físicas”, ressalta o hebiatra.

Para Matheus Santos Miror, 14, de Santo André, os alunos participam do jogo para provar aos colegas que são melhores que os outros. “É um jeito de mostrar para o amigo que consegue superá-lo com algo perigoso. Mas fazer isso é totalmente desnecessário.”

Na opinião de Júlia Castello Brianeze, 13, de Santo André, esse tipo de entretenimento deve acabar. “Algo que faz mal à saúde nem pode ser chamado de brincadeira.”

Se descobrir que o jogo do desmaio acontece em sua escola ou grupo de amigos, não se deixe influenciar. Ninguém precisa arriscar a vida para ser aceito por alguém ou provar que é corajoso.

Não é novidade

O jogo, que parece novo por causa da grande repercussão nas redes sociais, na realidade, existe há muitos anos. De acordo com dados do Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos, 82 crianças e adolescentes morreram no país entre 1995 e 2007 por causa da brincadeira.

No Brasil, ainda não há ocorrências de morte por meio dessa prática. O que dificulta a informação é que o acidente geralmente é registrado como suicídio. No entanto, há vídeos e depoimentos de jovens que participaram da brincadeira e tiveram problemas de saúde. Alguns perderam a consciência, tiveram lesões na cabeça com a queda e convulsões.

A pesquisa norte-americana foi realizada com alunos da 8ª série (9º ano). Segundo as respostas, a maioria dos jovens que participam dessa atividade possui 13 anos, é do sexo masculino e está propensa a apresentar outros comportamentos pouco saudáveis.

Se um caso como esse acontecer na sua escola, não tenha receio de avisar um adulto.




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