Economia Titulo
Metalúrgicos voltam a ser 100 mil no Grande ABC
Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
29/03/2005 | 14:35
Compartilhar notícia


O emprego industrial no Grande ABC permanece atingindo marcas históricas neste começo de ano. Foram gerados cerca de 7 mil postos de trabalho na indústria metalúrgica de São Bernardo e Diadema em 2004, elevando a base desses trabalhadores nas duas cidades para mais de 100 mil pela primeira vez em 10 anos. A estimativa é do presidente do Sindicato dos Metalúrgico do ABC (filiado à CUT), José Lopes Feijóo, com base em levantamento da CNM (Confederação Nacional dos Metalúrgicos), da CUT, divulgado segunda-feira.

O bom desempenho da indústria do Grande ABC ganhou impulso no segundo semestre do ano passado, basicamente por conta do aumento de produção do setor automotivo, que bateu recorde de produção em 2004 – 2,2 milhões de unidades. De acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho, a região registrou saldo positivo no ano passado de 17 mil empregos industriais (47,7 mil no geral).

No Brasil, o crescimento do número de postos de trabalho na categoria cresceu 11,6% no ano passado, na comparação com 2003. Ao todo, foram geradas 157,7 mil vagas no período, o melhor resultado nos últimos 17 anos para o ramo metalúrgico. A pesquisa da CNM utilizou dados do Caged.

A CUT credita o crescimento do nível de emprego na indústria metalúrgica aos fatores que vêm impulsionando a economia do país como um todo: aumento das exportações, dos empréstimos concedidos pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para ampliação de estrutura, redução da taxa de juros (em 2004) e aumento da concessão de crédito ao consumidor.

“O investimento na indústria foi o principal responsável pelo aumento do número de vagas, apesar da redução no final do ano registrada nos setores de eletroeletrônicos e de máquinas agrícolas. Queremos que as políticas de financiamento de ampliação de estrutura no futuro sejam acompanhadas de contrapartidas sociais, como a manutenção de empregos, por exemplo”, afirma Valter Sanches, secretário de Organização da CNM.

Apesar do crescimento em 2004 e em 2003 – os dois anos somam 217,4 mil novos postos –, ainda seriam necessários oito anos de crescimento contínuo nos mesmos patamares que 2004 para que sejam recuperados os 1,44 milhão de empregos perdidos entre 1987 e 2002, segundo Feijóo, do sindicato dos metalúrgicos. Hoje, o “saldo” de vagas a recuperar é de aproximadamente 1,23 milhão de vagas.

Salários – O salário médio dos metalúrgicos do Grande ABC continua sendo a maior do país para a categoria, segundo dados da CNM para janeiro, chegando a R$ 2.426, 57% maior que a média nacional (R$ 1.544) e 43,3% maior que a do Estado de São Paulo (R$ 1.692). Em todo o país, as campanhas salariais de 2004 resultaram em aumentos reais (acima da inflação) para 94,4% da categoria.

“A indústria está mudando seu patamar de produção, e será forçada a se adaptar a um crescimento maior e atender demandas também maiores”, afirma Feijóo.



Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;