Os quatro candidatos à direção-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), entre eles o brasileiro Luiz Felipe de Seixas Corrêa, passaram nesta quarta-feira por uma sabatina diante dos representantes dos 148 países membros.

O brasileiro e os demais concorrentes, Carlos Perez del Castillo (Uruguai), Pascal Lamy (França) e Jayen Cuttaree (Ilhas Maurício), tiveram 75 minutos cada um para apresentar seus projetos e responder às perguntas dos embaixadores da OMC.

Com exceção de Lamy, ex-comissário europeu do Comércio, os candidatos são de países em desenvolvimento. Deles, dois são da América Latina e têm como base de suas propostas a defesa dos países pobres. Em seu pronunciamento, o brasileiro antecipou que quer trabalhar para o equilíbrio da OMC. "O desafio é incorporar um critério amplo para que os países em desenvolvimento tenham confiança em um novo diretor-geral para chegar a um porto seguro".

Seixas Corrêa mostrou confiança em conseguir o apoio dos países latino-americanos, que atualmente parecem favorecer Perez del Castillo. Além disso, destacou o fato de o "Mercosul ter dois candidatos, o que quer dizer que dois países em desenvolvimento podem propor nomes à altura do trabalho de direção da OMC".

Segundo fontes diplomáticas, o candidato do Brasil espera contar com o apoio de Cuba e de grandes países em desenvolvimento como a China e a Índia, seus parceiros no G-20, o grupo de países em desenvolvimento que lutam contra os subsídios agrícolas das nações ricas.

Luiz Felipe Seixas Corrêa ocupou cargos chaves na chancelaria brasileira e ligou seu nome ao que o Brasil considera um dos maiores êxitos de sua diplomacia: a articulação do G-20.

O novo diretor-geral da OMC será designado por consenso, no mais tardar em 31 de maio. Em cada etapa, o candidato com menos chance de conseguir um consenso deverá se retirar. O candidato vencedor assumirá suas funções em 1º de setembro para um mandato de quatro anos.