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Muçulmanos protestam contra profanação do Alcorão
Por Da AFP
27/05/2005 | 17:17
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Dezenas de milhares de pessoas se manifestaram nesta sexta-feira nas grandes cidades do Paquistão, e protestos menores aconteceram no Egito, Jordânia e Líbano, contra as supostas profanações do Alcorão por soldados americanos em Guantánamo (Cuba).

Respondendo à exortação da aliança islâmica paquistanesa MMA (Muttahida Majlis e Amal), principal força da oposição parlamentar, os militantes islâmicos no Paquistão exigiram desculpas públicas das autoridades americanas. "Queremos desculpas pela profanação do Alcorão", lia-se numa pequena bandeira em Islamabad, onde uma manifestação reuniu cerca de 3 mil pessoas, que foi controlada pelas forças da ordem.

No mesmo momento da manifestação, um atentado suicida causava a morte de 19 pessoas, a maioria muçulmanas xiitas, num mausoléu nos arredores de Islamabad. "Estamos dispostos a sacrificar nossa vida pela honra do Alcorão", lia-se nas bandeiras em Lahore, segunda cidade do país, onde se reuniram cerca de 2 mil militantes islâmicos.

No Egito e na Jordânia, também houve manifestações nesta sexta-feira em resposta à exortação dos Irmãos Muçulmanos. Cerca de 10 mil pessoas manifestaram-se na sede do Clube de Advogados em Alexandria (norte do Egito), atendendo ao pedido do Comitê de Defesa dos Valores Sagrados, formado pelos Irmãos Muçulmanos.

Em Amã, cerca de 1,5 mil pessoas protestaram depois da oração semanal no centro da cidade atendendo ao pedido do Comitê de Defesa dos Valores Sagrados.

Milhares de libaneses e de palestinos também protestaram nesta sexta-feira no Líbano. Centenas de pessoas, entre elas meninos com armas de plástico, textos sagrados e bandeiras anti-americanas, se reuniram em Beirute diante de Dar al Fatwa, sede do clero sunita. "Nosso Alcorão é uma linha vermelha" e "com nossa alma, com nosso sangue, nós o protegeremos", gritava a multidão.

Num artigo em sua edição de 9 de maio, a revista Newsweek afirmava que soldados americanos teriam lançado exemplares do Alcorão no vaso sanitário. Sob pressão do governo americano, a revista se retratou de seu artigo. O texto gerou uma série de protestos violentos, especialmente no Afeganistão, onde os conflitos entre manifestantes e as forças da ordem deixaram 14 mortos e cerca de 120 feridos.




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