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Sem clubes, audiência pública debate torcida única em clássicos
Por Vinícius Claro
Especial para o Diário
30/06/2016 | 07:00
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Mister Shadow/Estadão Conteúdo


A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi palco ontem de audiência pública sobre torcida única em clássicos do futebol paulista. Os clubes, no entanto, não estiveram representados.

O evento foi coordenado pelo deputado estadual Luiz Fernando Teixeira (PT), que classificou os presidentes de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo de “fujões”. “É um debate que interessa frontalmente aos clubes, ao futebol paulista. Todos estavam aqui, menos aqueles que deveriam estar à frente das discussões”, disse Teixeira.

O deputado também informou que o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, se mobilizou para impedir a presença dos outros três presidentes.

Para Teixeira, os clubes fugiram à sua responsabilidade. “Não sei se são refêns de suas torcidas organizadas.”

O deputado destacou a ausência do secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, Alexandre de Moraes, que havia confirmado presença.

A audiência repercutiu as consequências da medida adotada pelo Ministério Público, pela qual até o fim do ano todos os clássicos estaduais serão disputados com apenas a torcida mandante no estádio.

A ação do MP ocorreu no dia seguinte à morte de uma pessoa em São Miguel Paulista, em abril, durante briga entre torcedores de Palmeiras e Corinthians, que disputavam no Pacaembu partida pela 14ª rodada do Campeonato Paulista. A confusão aconteceu a mais de 15 quilômetros do estádio.

Teixeira disse que é um primeiro passo para a solução do problema. “A Assembleia Legislativa marca um gol ao fazer esse debate.”

Para os defensores da medida, as vantagens estão na redução de efetivo policial, aumento de público nos estádios e consequente em maior renda. Além disso, nenhuma ocorrência foi registrada após a decisão.

Já os contrários argumentaram que a decisão enfraquece o espetáculo, deixa o time visitante sem apoio de seus torcedores e fere o direito de ir e vir, garantido pela Constituição. Segundo levantamento, houve 810 jogos de futebol nos últimos quatro anos e em apenas quatro houve incidência de violência. O problema, então, não acontece dentro do estádio, mas no entorno.

Além de Teixeira, sete deputados estiveram presentes, entre eles o presidente da Assembleia Legislativa, Fernando Capez (PSDB). A CBF foi representada por Roberto Cicivizzo Júnior e a Federação Paulista de Futebol, pelo vice-presidente Fernando Sollero.




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