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Diário nos Bairros leva lazer e cidadania a Mauá

Foram realizados 1.900 atendimentos na EE Maria Cândida Pantano, no Jardim Itapark Velho

Por Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
13/11/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Lazer, cidadania e serviços. Foram esses os elementos presentes durante todo o dia em mais uma edição do Diário no Bairros, que levou, no último sábado, para a EE Maria Cecília Pântano, no Jardim Itapark Velho, em Mauá, atrações diversas, como medição de pressão arterial e glicose (diabetes), orientação jurídica, exame de vista, limpeza de pele, corte de cabelo e esmaltação de unhas, entre outros. Para as crianças, brinquedos, atividades esportivas e contação de histórias estiveram disponíveis. Foram realizados 1.900 atendimentos.

Desde a abertura dos portões, às 9h, já era grande a circulação de pessoas dentro da unidade. A escola, situada em região afastada do Centro, é a única opção de lazer para a maioria dos moradores. Diretora da unidade de ensino há 15 anos, Ivone Braz, 59 anos, comemorou a oportunidade de receber o evento pela primeira vez. “A comunidade abraçou a ideia e participou em peso”, afirmou. Ela destacou que o equipamento já abre aos fins de semana no Escola da Família, mas que os serviços oferecidos pelo Diário nos Bairros tornaram o sábado especial. “Tenho certeza que (os alunos) vão pedir para fazer de novo”, completou.

A dona de casa Pâmela Peres, 30, foi com o filho Rivaldo, 7. Enquanto o garoto cortava o cabelo, ela aproveitou para medir a pressão. Moradora do Jardim Kennedy, a expectativa era ficar o dia todo na escola e deixar que o filho curtisse o pula-pula, além de participar do sorteio da cesta básica, no encerramento da atividade.

A dona de casa Jordiane do Nascimento, 32, pintou as unhas e aguardava o filho João Gabriel, 9, que cortava o cabelo. “Essas coisas ajudam muito, porque muitas pessoas não têm condições de pagar por esses serviços”, opinou.

A operadora de produção Guiomar Siqueira, 46, estava com o filho Tiago, 15, e o neto Pedro, 2. Os meninos cortaram os cabelos e ela pintou as unhas, mediu a pressão arterial e a glicose, e fez exame de vista. “A gente precisa de tudo isso. As crianças precisam de lazer e os adultos de um incentivo para cuidar da saúde”, declarou.

A proprietária da ótica Ultravisão, parceira do Diário nos Bairros, Jaqueline Martins, 31, relatou que foi grande o movimento e que muitas pessoas apresentaram algum problema de visão. “É uma população carente, que aproveita a oportunidade de fazer o exame aqui, devido à demora no SUS (Sistema Único de Saúde)”, pontuou.

Para o consultor de vendas da Embeleze, outra parceira do evento, o mais gratificante é levar os alunos (responsáveis pelo corte de cabelo e esmaltação de unhas) para uma atividade social. “A melhor parte é a solidariedade”, pontuou.

Sábado especial
“A comunidade abraçou a ideia e participou em peso<CS10.5>. Tenho certeza de que (os alunos) vão pedir para fazer de novo.”
Ivone Braz, 59 anos
Diretora da EE Maria Cecília Pantano, em Mauá

Cama elástica e escorregador fizeram a alegria da garotada

Sucesso em toda edição do Diário nos Bairros, os brinquedos – cama elástica e escorregador inflável – permaneceram o dia todo com longas filas. A estudante Vitoria, 11 anos, chegou ao local antes das 10h e não queria ir embora. “Está muito legal. É bem diferente um dia assim na escola”, afirmou.

Robert Pereira, 9, já tinha se divertido nos dois equipamentos, mas gostou mais do pula-pula. “Já brinquei bastante e nem estou cansado”, declarou.

Tia de Robert, a desempregada Vania Pereira, 42, esperava o sobrinho terminar a brincadeira para solicitar uma consultoria jurídica. “Aqui em Mauá quase naõ temos cultura e lazer, é uma oportunidade de a gente se divertir”, opinou.

Contação de histórias encanta adultos e crianças no Jd.Itapark

Parceria com Instituto Ensina foi realizada pela primeira vez, no sábado, na EE Maria Cecília Pantano, na periferia de Mauá

Pela primeira vez, o Instituto Ensina foi parceiro do Diário nos Bairros e levou para a EE Maria Cecília Pantano, no Jardim Itapark Velho, em Mauá, evento de contação de histórias. As duas sessões ficaram lotadas e encantaram adultos e crianças. Para os pequenos, foram entregues no fim da atividade, como presente, livros. No total, 75 pessoas acompanharam a ação.

A fundadora do instituto, Thaisa Damo, 33 anos, explica que o trabalho na instituição é fortalecer o terceiro setor e apoiar as causas sociais. “Já conhecíamos o evento e tivemos, agora, a oportunidade de participar. Que possamos fazer mais vezes”, declarou.

A contadora de histórias Fabiolla Cunha, 36, explicou que a ação é uma poderosa ferramenta pedagógica para transmissão e abordagem de qualquer conteúdo. “É uma mensagem que realmente entra pelos olhos”, comentou a profissional, que atua no instituto como multiplicadora, dando aulas de contação de histórias para outros profissionais. “Aqui pudemos perceber que a escola é a única opção de lazer e é bonito de ver essa atividade, a comunidade sendo recebida e a criação de vínculos”, finalizou.

A pequena Eduarda, 6, adorou acompanhar a história do “Troca-Bolas”. “Gostei muito da parte em que todo mundo jogou alecrim para cima”, disse, ainda mergulhada na fantasia.

Tia de Eduarda, a babá Cláubia Maria de Alencar, 35, também aprovou as atividades. Antes de acompanhar a sobrinha na contação de história, ela participou de diferentes atendimentos, como medição de pressão arterial e exame de glicemia, “Podia ter mais vezes”, afirmou.

Basquete como ferramenta de transformação

Uma das atividades mais concorridas do Diário nos Bairros foi a oficina de basquete, promovida pela Laba (Liga Amadora de Basquete). A ação contou com a participação de 82 pessoas. Representante da entidade, Reinaldo Almeida destacou a satisfação em estar promovendo atividades esportivas para as crianças. “Tenho muito prazer em estar aqui. É uma forma de retribuir tudo o que o esporte já me deu”, afirmou.

Almeida relatou que mais do que praticar uma atividade esportiva, as brincadeiras têm objetivo de transformar as crianças, abordar uma comunicação não violenta e despertar a curiosidade sobre um esporte diferente do futebol. “A gente faz uma abordagem lúdica. Não é só a prática esportiva, é provocar o interesse sobre uma atividade que tem potencial de transformar a vida de todos eles”, explicou.

Para o atleta, promover a interação entre as crianças e adolescentes, sem distinção de idade ou sexo, é resgatar uma convivência saudável que vem se perdendo ao longo do tempo. “Todos juntos, meninos e meninas, isso precisa ser recuperado”, concluiu.




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