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Tarifa mais alta fecha estação de Mauá
Luciana Sereno
Do Diário do Grande ABC
20/01/2003 | 20:06
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O aumento da passagem de trem e o início da operação das catracas eletrônicas em três estações da região – Santo André, São Caetano e Mauá – gerou filas incomuns durante todo o dia nesta segunda. O maior transtorno ocorreu em Mauá. Inconformados com o aumento da tarifa e com as enormes filas, os usuários que estavam na estação no início da manhã desta segunda – em pleno horário de pico – tumultuaram as bilheterias e o posto de trocas e os funcionários da estação resolveram fechar as portas durante alguns minutos até que a situação fosse controlada pelos policiais ferroviários. À tarde a confusão na estação ainda continuava. Em Santo André e São Caetano também formaram-se filas e aglomeração, mas em menor proporção.   

Além da falta de habilidade com o novo sistema, os usuários das três estações reclamavam da falta de placas ou cartazes que alertassem sobre a mudança e o reajuste de preços, em vigor desde domingo. As passagens passaram de R$ 1,25 para R$ 1,55 nas cidades onde não há catraca eletrônica. Já nos três municípios que receberam as catracas, a nova tarifa passou para R$ 1,90. O reajuste foi autorizado pela Secretaria de Transportes Metropolitanos na sexta-feira passada.   

“A gente sabia do aumento para R$ 1,55. Agora chega aqui (na estação de Mauá) e para ir para Utinga tenho de pagar R$ 1,90. Eles dizem que o bilhete também vale para o metrô, mas eu não preciso de metrô, só vou até Santo André”, disse o usuário Gabriel Félix.   

A reclamação quanto à tarifa de R$ 1,90 para percursos pequenos era unânime entre os usuários que se amontoavam na fila da bilheteria ou da troca de vales em busca de explicações. “Não acho justo pagar isso para ir daqui (Mauá) até Rio Grande da Serra se de lá para cá paguei R$ 1,55”, disse Joel Benício, acompanhado da família. “Na soma de todas as passagens, o bolso sente.”   

Em Santo André, a confusão não foi tão grande. Mesmo a alternativa em comprar o bilhete múltiplo de dez e, aí sim, pagar a passagem apenas R$ 0,30 mais cara, não diminuiu a indignação da população que depende do trem para ir para o serviço ou para procurar emprego. “É impressionante. Mudaram o sistema e ninguém avisou a população. Podiam ter colocado pelo menos um faixa para dizer que ia acontecer uma semana antes de mudar”, disse a estudante Débora Moreira, que saía de Santo André para a Cidade Universitária da USP (Universidade de São Paulo).   

O gerente de operações da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Mohamed Choucair, disse que o reajuste da tarifa das passagens vem sendo anunciado desde dezembro, mas não respondeu porquê o valor de R$ 1,90 para as cidades que ganharam os bloqueios eletrônicos não foi anunciado simultaneamente aos demais reajustes, na quarta-feira da semana passada. Quanto aos transtornos nas estações durante o dia nesta segunda, o gerente disse que são decorrentes da falta de costume dos usuários ao novo sistema.




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