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Baixa temperatura derruba venda de sorvetes
Por Verônica Lima
Do Diário do Grande ABC
07/04/2008 | 07:08
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As temperaturas baixas que dominaram o início deste ano derrubaram as vendas de sorvetes, que no País ainda dependem do clima quente para emplacarem.

 Enquanto em países nórdicos, como Finlândia, Dinamarca e Noruega, o consumo per capita (por habitante anualmente) gira em 20 litros por ano, no Brasil, apesar de ser um país tropical, é de menos de 3 litros por ano. E 70% das vendas se concentram nos meses da primavera e do verão.

 Segundo a Abis (Associação Brasileira das Indústrias de Sorvetes) até mesmo a Argentina apresenta um consumo acima do brasileiro, de 5 litros, e o Chile, de 6,5 litros anuais por habitante.

 O presidente da associação, Eduardo Weisberg, afirma que é preciso haver no País uma mudança cultural em torno do conceito de sorvete, que ainda não está incorporado na dieta cotidiana. “É preciso esclarecer seu significado como um alimento, que produz energia e não serve somente para refresco”, completa Weisberg.

 Carlos Morena, gerente da fabricante de sorvetes Bariloche, sediada em São Bernardo, afirma que existe uma mentalidade no Brasil de que esse produto somente deve ser consumido no verão.

 Por conta disso, os comerciantes sofreram muito com a falta de sol em período que normalmente seria de altas temperaturas, principalmente em janeiro e fevereiro.

 “Tivemos uma queda nas vendas de cerca de 5% em relação ao mesmo período do ano passado por conta do frio antecipado”, diz Morena.

 A fabricante Nevaska, de Diadema, foi a que mais sofreu. Segundo o proprietário, Mario Desiderato, no verão houve uma queda de 20% nos negócios.

 Para o inverno, Desiderato acredita que não será possível recuperar as vendas perdidas, já que o período, normalmente, tem resultados 70% menores que nas altas temperaturas.

 “Vamos aproveitar a queda nos termômetros para investir na empresa. Apliquei cerca de R$ 60 mil em um imóvel quase 35% maior, na compra de uma câmara fria e, durante o inverno, dou férias para os funcionários”, comenta Desiderato.

 Já Normelio dos Santos, dono da sorveteria Bariloche de Santo André aposta no açaí na tigela para incrementar as vendas nesta estação.

 Dentre as empresas, a Granello de São Bernardo foi a mais otimista. “Fechamos o verão com um crescimento de 10% nas vendas. No inverno pretendemos continuar da mesma forma, para isso vamos investir pesado nas tortas geladas de brigadeiro, prestígio e floresta negra”, assegura o sócio-proprietário, Dagmar Costa.




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