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Tumulto geral marca CPI Mista no Congresso
Por Murilo Murça de Carvalho
Correspondente em Brasília
08/07/2005 | 08:20
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"Com a CPI funcionando, o mensalão acumulou, por isso é que tá essa confusão". O comentário gaiato de um senador nordestino procurava baixar a elevadíssima tensão que dominava a CPI dos Correios, nesta quinta-feira, em Brasília. Mais uma vez, pautada pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ).

Pela manhã, em reunião fechada, os participantes acordaram em deixar as votações de quebra de sigilos para a próxima semana. À tarde, quando as luzes das TVs se acenderam, "os pavões se estufaram", segundo o líder do PMDB, Ney Suassuna (PB), a começar pela senadora Ideli Salvati (PT-SC). A estridente senadora por Santa Catarina passou a exigir a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do acusador Jefferson.

Ao romper o acordo anterior, Ideli colocou fogo no plenário. O paulista Arnaldo Faria de Sá (PTB) passou a exigir que também se votasse a quebra de sigilo dos petistas envolvidos nas acusações de Jefferson (Delúbio Soares, Sílvio Pereira, José Genoino e José Dirceu).

A temperatura aumentou ainda mais quando chegou à CPI comunicado assinado por Jefferson, desautorizando Ideli por esta ter pertencido à executiva do PT, a mesma também responsável pela distribuição do mensalão. Ideli então não só perdeu a linha. Jogou fora o carretel! Levantou e foi dar tapas na mesa da diretoria da CPI, exigindo a cabeça do ex-presidente do PTB.

Com a chegada de ofícios de Dirceu, Delúbio, Genoino e Pereira abrindo os próprios sigilos, finalmente refez-se o acordo da manhã, invertido. Quebraram-se só e por unanimidade os sigilos de Jefferson, já que os outros o fizeram espontaneamente. Com sessão prorrogada por oito vezes para que, após discurso de desagravo de Aloizio Mercadante (PT-SP) a Ideli, todos prestassem solidariedade à senadora.




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