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Executivo cita 'Bené' como arrecadador de Fernando Pimentel
24/06/2015 | 06:57
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Investigações da Operação Lava Jato indicam que o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), enviou um emissário ao Rio de Janeiro, em 2013, para pedir recursos de campanha a uma das empreiteiras atualmente investigadas por cartel e desvio de recursos da Petrobras. A contribuição foi solicitada a Gerson Almada, da Engevix, por um arrecadador que ele identificou à Polícia Federal como "Bené".

O apelido é o mesmo do empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, cuja família é dona da Gráfica Brasil, um dos fornecedores de Pimentel na disputa eleitoral de 2014 e investigado em outra operação da Polícia Federal - a Acrônimo - por suspeita de integrar um esquema de lavagem de dinheiro.

No mesmo inquérito também é alvo de investigação a primeira-dama de Minas, Carolina Oliveira. Bené chegou a ser preso no fim de maio, mas deixou a cadeia após pagamento de fiança.

O Acrônimo começou depois que Bené e um outro colaborador de campanha do petista foram detidos em outubro de 2014 ao desembarcar de um avião em Brasília com R$ 113 mil em dinheiro. O voo partira de Belo Horizonte. Na semana passada, a PF pediu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) a abertura de um inquérito para apurar suspeitas de envolvimento de Pimentel no esquema.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, um dos investigadores da Lava Jato informou nesta terça-feira, 23, que a PF fará averiguações para confirmar se o arrecadador enviado à reunião com o empresário da Engevix é Benedito de Oliveira. A referência a "Bené" aparece numa agenda que lista encontros de Almada no ano de 2013. Na página referente a 5 de dezembro, consta a anotação "Bene/Pimentel".

Questionado pela PF a respeito, Almada disse em depoimento prestado em abril deste ano que recebeu uma visita no escritório da Engevix, no Rio, "de uma pessoa que conhece pelo nome de Bené, tendo este solicitado apoio financeiro para a campanha de Fernando Pimentel, candidato do PT".

O advogado de Pimentel, Pierpaolo Bottini, disse que o governador desconhece qualquer fato relacionado ao caso. "Isso estranha muito ao governador, uma vez que a única pessoa que estava autorizada era o tesoureiro. Além disso, não consta doação dessa empresa para a campanha de Pimentel", afirmou Bottini.

Ministro

Na época em que Almada foi procurado, Pimentel comandava o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, mas já era pré-candidato ao governo de Minas. Ele deixou o cargo em fevereiro de 2014 para se preparar para as eleições, nas quais foi eleito em primeiro turno.

No depoimento, o executivo da empreiteira não deu mais detalhes sobre o emissário que pediu a ajuda financeira. Aos investigadores, disse que não "forneceu o auxílio pretendido".

Dados do Tribunal Superior Eleitoral mostram, no entanto, que a Engevix doou R$ 190 mil em 2014 ao PT nacional que, por sua vez, fez repasses ao comitê do partido em Minas. Na prestação de contas da campanha de Pimentel não consta doação da Engevix.

A reportagem entrou em contato com Celso Lemos, que respondia como advogado de defesa de Bené na Operação Acrônimo, mas foi informada que o advogado deixou ontem o caso. Por esse motivo, a reportagem não conseguiu contato com a defesa do empresário.

O advogado de Almada, Antônio Sérgio Pitombo, disse que não falaria sobre o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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