A menos de um mês das eleiçoes, o presidente interino da Rússia, Vladimir Putin, o chamado ``falcao' da guerra na Chechênia, pode dar a palavra aos generais: o discurso deles é a melhor campanha eleitoral.

O general Vladimir Ruchailo, ministro do Interior, afirmou nesta quarta-feira que seus homens tomariam em breve o controle da operaçao, supervisionada até entao pelo Ministério da Defesa. ``É questao de dar mais importância ao Ministério do Interior nesta etapa final. Nos preparamos para esta tarefa', declarou Ruchailo, após um encontro com Putin.

Suas declaraçoes vitoriosas foram respondidas nesta quarta-feira com comentários irônicos da imprensa. ``A operaçao terminou, mas a guerra continua', disse o jornal Izvestia.

``Centenas de combatentes e numerosos chefes de guerra estao vivos, mas seu paradeiro é desconhecido', afirmou o jornal econômico Vedomosti, acrescentando que ``o objetivo principal, que seria o extermínio da maioria dos combatentes, nao foi alcançado'.

Kommersant, outro jornal econômico, lembrou que as autoridades soviéticas ``tiveram que lutar durante dezenas de anos contra a guerrilha surgida após a deportaçao dos chechenos, em 1944. O último combatente nao foi detido antes de 1974'.

Nesta quarta-feira, o subcomandante em chefe das forças aéreas, Nikolai Staskov, reconheceu que os principais chefes chechenos ainda nao foram localizados. O presidente independentista, Aslan Masjadov, e seus lugar-tenentes, Shamil Bassaiev, Jattab e Ruslan Guelaiev, nao foram capturados após a tomada de Chatoi.

O Estado-Maior russo, citado pela Interfax, disse que mais de 1.500 independentistas armados ainda poderiam resistir aos russos nas montanhas. A agência de informaçoes militares AVN, citando fontes próprias, fala em três mil independentistas.