Economia Titulo Seu bolso
Restituição do IR deve
ser usada para quitar dívidas

Porém, caso dinheiro esteja ‘sobrando’, dica é investir para realizar sonhos e objetivos

Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
03/07/2021 | 09:39
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Marcelo Camargo/Agência Brasil


 A Receita Federal liberou nesta semana o segundo lote da restituição do IRPF (Imposto de Renda Pessoa Física) de 2021 e o último deve ser pago em 30 de setembro. Especialistas indicam que, quando o dinheiro extra cair na conta, a prioridade deve ser quitar ou renegociar eventuais dívidas. Caso a pessoa não esteja inadimplente ou após pagar seus débitos, a recomendação é investir a quantia para alcançar sonhos e objetivos a médio e longo prazos.

“Quando tem conta em atraso ou dívida, tem juros incidindo no valor devido, então, não é ideal investir se há um juro mais alto correndo em paralelo”, esclarece Mayra Lima, especialista CEA (Certificação de Especialista em Investimentos Anbima) da Guide Investimentos. Embora cada dívida tenha um perfil, ela explica que a renegociação, visando reduzir taxas, por exemplo, é sempre uma boa alternativa. Há também casos onde vale a pena investir a quantia para quitar os valores à vista, contudo, é necessário analisar cada situação individualmente.

Larissa Brioso, educadora financeira da Mobills, reforça que mesmo que a pessoa inadimplente deseje investir, dificilmente ela conseguirá rendimentos maiores do que as taxas de juros cobradas sobre as parcelas da dívida. Exemplo é que o juro médio do cartão de crédito é de 11,55% ao mês e a taxa de empréstimo pessoal em financeira chega a 6,3% ao mês, segundo a última pesquisa da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças). Ao mesmo tempo, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que determina o rendimento de diversos investimentos, encerrou 2020 a 2,75% ao ano.

A dica também é evitar fazer novas dívidas contando com o dinheiro da restituição. “A taxa de juros do cartão de crédito é uma das mais altas existentes e caso a pessoa não consiga pagar a fatura, ela tem grandes chances de entrar numa situação delicada em relação às finanças. Ele pode ser um aliado, se usado de maneira correta”, assinala Larissa. Por exemplo, caso o indivíduo precise de um celular novo e não possa esperar pela quantia, é essencial se planejar para não acumular dívidas. No entanto, se é possível esperar, o ideal é fazer a compra só quando estiver com o dinheiro na mão.

Depois de lidar com a inadimplência, as especialistas orientam que o contribuinte defina objetivos. Desta maneira, é possível determinar onde aplicar o dinheiro. “Se a ideia é montar uma reserva de emergência, o recomendado é aplicar em investimentos com maior segurança e liquidez, com facilidade de resgate. Essas características geralmente são encontradas nos investimentos de renda fixa, como o tesouro direto, a própria conta do banco digital e outros investimentos atrelados ao CDI”, exemplifica Larissa.

Para quem deseja poupar para conquistar metas a médio e longo prazos, a recomendação é diversificar a carteira com fundos de investimentos ou até mesmo com mercado de ações, cuja renda é variável. No entanto, caso queira assumir menos riscos, Mayra afirma que vale a pena apostar em investimentos com rendimentos pré-fixados conforme o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação. “Neste caso, o investidor fica mais confortável e sempre terá ganho real”, adiciona.




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