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Santo André arranca empate em Batatais, mas perde liderança

Time fica em desvantagem, desperdiça penalidade, porém corre atrás da igualdade e, ao menos, continua invicto na Série A-2 do Paulista

Dérek Bittencourt
Enviado a Batatais
Do Diário do Grande ABC
11/02/2016 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Se o sábado de Carnaval do Santo André foi de Folia, a Quarta-Feira quase terminou literalmente em Cinzas. Ontem à noite, diante do Batatais na casa do adversário, time andreense mais uma vez desperdiçou muitas oportunidades, ficou atrás no placar, errou uma penalidade com o artilheiro Branquinho, mas o atacante Antônio Flávio desencantou e manteve o Ramalhão invicto no Paulista da Série A-2. A equipe do Grande ABC perdeu a liderança para o Velo Clube, mas aparece logo atrás, em segundo lugar, com dez pontos. O adversário é quinto, com oito.

O técnico Luciano Dias levou a campo o que tinha de melhor e o quarteto Branquinho, Antônio Flávio, Gilmar e Robson não demorou a mostrar ao Batatais que não encarou a longa viagem à toa. Aos sete minutos, após boa trama, Gilmar driblou o zagueiro, chutou e Júlio Santos tirou em cima da linha.

Aos 19, foi a vez de Robson receber em profundidade e chutar cruzado, assustando a torcida local.

À beira do campo, o técnico Luciano Dias gritava, gesticulava, buscava orientar os atletas e, ao mesmo tempo, ganhava apelidos não muito carinhosos dos batataienses presentes ao Estádio Osvaldo Scatena.

Os gols ficaram reservados para o segundo tempo. O Batatais seguia dominando as ações e tentava chegar à meta pelos lados, mas sem sucesso. E foi justamente numa jogada centralizada que, aos 18 minutos, a zaga do Santo André deu bote errado, Thiago invadiu a área e foi derrubado: pênalti, convertido por Raphael Toledo.

Assim como aconteceu diante do Monte Azul, o Ramalhão demonstrou poder de reação e teve chance de igualar logo na sequência, em penalidade marcada sobre Robson. O artilheiro e ídolo Branquinho cobrou forte, mas pegou muito embaixo na bola e isolou.

Mas a falha não abateu a equipe ramalhina. E, aos 29, após jogada de Jean pela direita, Antônio Flávio apareceu pelas costas da zaga para cabecear e empatar o duelo.

No fim, em dividida com um jogador do Batatais, o goleiro Diego levou a pior e teve de deixar o estádio de ambulância, sendo encaminhado a hospital de Batatais.

Antônio Flávio celebra gol e relembra o primeiro no clube

O ano era 2008 e a competição, a Série A-2 do Campeonato Paulista. O Santo André já despontava como um dos favoritos ao título – o que acabou confirmado posteriormente –, mas naquele dia 8 de março, diante do Bandeirante de Birigui, o Ramalhão encarava parada dura no Estádio Bruno Daniel. Mas o então menino Antônio Flávio, há não muito tempo promovido das categorias de base, marcou seus dois primeiros gols pelo clube e decretou o triunfo por 3 a 0.

Ontem, o atacante fez, de cabeça, o primeiro tento neste retorno ao clube e declarou ter relembrado daquela tarde no Brunão. “Me lembrei do primeiro gol contra o Bandeirante. Aquela partida estava complicada, assim como hoje (ontem), mas fui feliz”, comparou. “É difícil descrever. Já conquistei a Série A-2 pelo clube, então estou feliz por estar de volta e poder ser útil, ajudar. Vamos trabalhar a cada dia para auxiliar o Santo André a voltar ao lugar de origem”, emendou.

Goleiro Diego assusta

Arqueiro do Santo André tem descartada fratura na perna direita

O goleiro Diego deu um susto na torcida presente ao Estádio Osvaldo Scatena, ontem à noite, em Batatais. Quase no fim da partida, em dividida com jogador adversário, o arqueiro do Santo André levou a pior e teve de ser substituído por Paulo Vitor. A suspeita inicial era de fratura na perna direita e o camisa 1 foi levado a hospital local em companhia do médico Ricardo Diaz Savoldelli. Quase uma hora após o término do duelo, ele retornou com notícias não tão graves.

“Foi contusão importante na região anterior da perna direita, mas não teve sinal de fratura. Vai ficar um tempo no departamento médico, mas está com garra, vontade grande de voltar a treinar e jogar, então em breve retornará aos gramados”, explicou Savoldelli, sem especificar data. “Vamos esperar um pouco, ver como vai evoluir o edema muscular e daqui a 24 ou 48 horas ter ideia melhor. Se continuar assim, é tranquilo”, emendou.

Ainda na opinião do médico, alguns fatores favoreceram para evitar uma fratura e, consequentemente, tirar Diego do restante da Série A-2 estadual. “O mecanismo do trauma e a constituição física dele, que é atleta bem preparado, com certeza ajudaram”, afirmou.

Este foi o quarto compromisso do Santo André na Série A-2 e o quarto atleta que deixou o campo machucado. Antes dele, o lateral Adriano Apodi, o meia Fernando e o zagueiro Jonas haviam sentido problemas, o que preocupa o técnico Luciano Dias. “Infelizmente, é mais uma baixa que temos, sendo que contamos com grupo pequeno. Então, vamos aguardar e com o diagnóstico dele voltar a pensar e ver o que acontece no futuro”, comentou.

Por volta das 23h, o ônibus com a delegação andreense deixou o Estádio Osvaldo Scatena rumo a Ribeirão Preto, onde todos jantariam antes de seguir definitivamente ao Grande ABC.

Torcedores, vereador e até ex-atleta marcam presença

A torcida do Santo André marcou presença ontem à noite, em Batatais. Sete torcedores percorreram os 750 quilômetros de ida e volta para assistir ao empate por 1 a 1. Tinha professor, estudante e até o vereador José Montoro Filho, o Montorinho (PT), figurinha carimbada nos jogos do Ramalhão.

“Acompanho desde aquele acesso em São José dos Campos. Todas as viagens compareço, porque gosto”, destacou o político.

O casal Fernando Noé, 26, e Jéssica Pansoni, 20, decidiu aproveitar o feriado incentivando o Ramalhão. “A gente começa achando que é besteira, mas quando vê está louco, apaixonado e quer estar junto, perto, para ver se o Santo André realmente consegue subir à Série A-1”, disse ela.

TYRONE POWER

Natural de Batatais, o zagueiro, que teve passagem pelo Santo André entre 2010 e 2013, compareceu ontem ao estádio para rever alguns ex-companheiros, como o goleiro Paulo Vitor e o meia Guilherme Garré. Entretanto, não esteve no local como torcedor, mas fiscal da FPF (Federação Paulista de Futebol). Aos 25 anos, ele interrompeu a carreira para se dedicar à família após o nascimento da filha Yasmin Caroline.

“Tem muita equipe irresponsável que não cumpre o combinado e achei que não valia a pena ficar longe da minha filha. A família está em primeiro lugar, mas o futebol ainda corre nas veias. Se surgir oportunidade na região, volto”, disse Tyrone, que durante o dia trabalha em construtora local.




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