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Mães escolhem que vacina dar aos filhos

Mulheres defendem imunização consciente; médicos alertam para importância da prevenção

Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
21/04/2013 | 07:00
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Clara Liz, filha de 2 anos da psicóloga de Santo André Carla Capuano, 37, não tomará a vacina contra a gripe. A menina também não foi imunizada contra rotavírus, catapora, hepatite e febre amarela. "As doenças fazem parte da vida. Antes de escolher que vacina dar à minha filha, procuro pesquisar o que estou colocando dentro do corpinho dela, quais são os efeitos colaterais a que ela está sujeita e qual a real gravidade da doença, caso ela desenvolva. Só a partir daí é que tomo a decisão de vacinar ou não."

Carla faz parte de grupo de mães que é contra a excessiva medicamentação e aposta em receitas naturais e saudáveis para proteger seus filhos, como o aleitamento materno e a alimentação saudável. "A amamentação é a melhor vacina para meus filhos, pois os protege com os meus anticorpos", diz a esteticista Elisângela Alberta de Souza, 35, mãe de Cecília, 9, Pedro, 1 ano e 2 meses, e Éster, 35 dias. Os dois filhos mais novos mamam no peito.

Ambas as mães não vacinarão seus filhos na campanha contra a gripe, que pretende imunizar 555 mil pessoas dos grupos prioritários na região, incluindo crianças de 6 meses a 2 anos. "A gripe é causada por vírus mutantes, que se alteram constantemente. Vacinar não é garantia de que não se ficará doente", destaca Elisângela.

Já Carla acredita que, como as vacinas estão disponíveis gratuitamente, as pessoas pouco pensam antes de tomá-las. "Bebês doentes dão trabalho, e ninguém quer ter trabalho. A vida corrida faz pensar que a doença é algo antinatural, mas ficar doente também serve para acionar os mecanismos de defesa do corpo e estimular a produção de anticorpos que protegerão a criança para o resto da vida."

COBERTURA - A educadora perinatal Deborah Delage, 50, se divide em duas quando o assunto é vacinação: a mãe e a sanitarista. "Como profissional da Saúde, acredito nas evidências sobre a eficácia das vacinas no controle das doenças por vacinação em estratégia de amplo alcance. O que os estudos mostram é que as vacinas são mais capazes de controlar patologias quanto maior for a cobertura da população, ou seja, o percentual de vacinados no total de habitantes."

Nesta lógica, é importante vacinar não apenas para proteger o próprio filho, mas também todas as pessoas que convivem com ele.

 




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